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“Homenagem a Eduardo Nogueira”

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“Quem tem um amigo possui um tesouro”

O pensamento acima traduz uma realidade. Dentre os valores essenciais da existência, a amizade ocupa lugar de destaque. Como é bom ter amigos de verdade, com quem conversamos, segredamos nossas aspirações, comungando de alegrias e preocupações que fazem parte do cotidiano!

Eduardo Nogueira, o grande amigo “Dudu”, o “bom velinho”, foi um desses tesouros que tivemos a felicidade de conhecer. Nossa amizade vem de longa data, deitando raízes na convivência e estima que lhe dedicavam meus amados pais e meus seis irmãos. Todos nós, sem exceção, sempre o consideramos um amigo muito especial.

Em sua adolescência, com primorosa vocação para o trabalho, foi balconista no armazém de papai. Gostava de contar como, em certa ocasião, quando minha irmã Mariinha ainda engatinhava, teria evitado que esta caísse do balcão. Vangloriava-se dessa experiência heróica, impedindo que ocorresse talvez uma provável tragédia.

Ainda muito jovem, iniciou-se na profissão de barbeiro, atividade na qual se aposentou. Foi um dos melhores profissionais nesse ofício a que se dedicou com notável esmero e perícia. Também cheguei a ser um de seus clientes, no período em que, recém formado, aqui iniciava a advocacia.

É importante ressaltar sua notável atuação, como técnico e árbitro de futebol. Nesse campo, prestou relevantes serviços ao esporte bordamatense. Era uma verdadeira enciclopédia esportiva, o que demonstrou durante a década de 1.990, à época em que fui diretor chefe do jornal “A Cidade”. Narrou com brilhantismo a história do nosso futebol, fazendo memórias de clubes e acontecimentos esportivos em vários artigos publicados naquele periódico, aplaudido sempre pelos esportistas bordamatenses.

Relembramos também, nesses dias de saudade para seus amigos, os vários anos em que foi nosso parceiro de jogos em nossa casa paterna da Praça Monsenhor Cintra, 12. Sempre leal, honesto, educado e respeitoso, qualidades que o acompanharam em todas as atividades de sua vida quase centenária.

Quando ultrapassou os noventa anos, tive a honra de ser distinguido por sua confiança e de seus familiares para exercer a missão de procurador, cuidando de seus negócios, há mais de três anos. Esse período serviu para alicerçar mais ainda nossa antiga e sincera amizade.

É pena, caríssimo amigo, não tenho o senhor completado os sonhados cem anos, quando pretendia comemorar com um belo churrasco data tão memorável! Resta-nos elevarmos o pensamento a Deus e agradecer pela longevidade de sua preciosa vida, cheia de bom humor e alegrias!

O nosso consolo é a esperança da fé que iluminou o seu caminho de cristão e a certeza de que Cristo, em Quem acreditou, o tenha recebido na Casa do Pai. Ali, na companhia de seus pais, esposa, filho e de todos os que lhe são caros, sem qualquer dor ou sofrimento, com certeza absoluta, desfrutará da paz e felicidade sem fim a que tanto fez por merecer!

Lamentando a impossibilidade de comparecer ao seu funeral, expressamos os nossos sinceros sentimentos de pesar a seus netos, nora, sobrinhos e demais familiares.

 

Borda da Mata, 31 de outubro de 2008.

Gustavo Dantas de Melo

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