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A HISTÓRIA DA GRIPE NO MUNDO

Professor Ricardo Barros* Desde a Grécia Antiga existem relatos de uma doença respiratória que em algumas semanas matou centenas de pessoas e depois de algum tempo desapareceu. Esses relatos foram feitos por Hipócrates, considerado o Pai da Medicina. Na Idade Contemporânea, foi relatado um primeiro caso de pandemia de gripe em 1889. Naquela época, cerca de 300 mil pessoas morreram em virtude da doença. Ela atingiu principalmente idosos, em decorrência de complicações advindas da doença, como a pneumonia bacteriana. Foi, todavia, em 1918 – ao final da Primeira Guerra Mundial -, que um novo surto mundial da doença assustou o mundo. Naquela oportunidade morreram aproximadamente 40 milhões de pessoas. A nova gripe teria surgido nos Estados Unidos da América. Entretanto, como esse país ainda estava em guerra, o governo censurou a notícia da nova doença. Como diversos casos surgiram na Espanha, a doença ficou logo conhecida como Gripe Espanhola. A doença se disseminou rapidamente em função da Primeira Guerra Mundial e do deslocamento de tropas em todo o continente europeu, principalmente. Foi considerada uma pandemia – epidemia de caráter global – pois atingiu os cinco continentes do globo. No Brasil, a doença atingiu cerca de 350 mil pessoas, algumas ilustres como o presidente do país Rodrigues Alves e sua filha. Rodrigues Alves havia vencido as eleições em 1917 e não pôde tomar posse em virtude da doença.  Em 1957 o mundo foi assolado por outra pandemia, a Gripe Asiática, que se espalhou em cerca de seis meses. Aproximadamente um milhão de pessoas morreram. Além destas, também podemos citar as pandemias de 1968 – Gripe de Hong Kong – e, em 1976, a Gripe Suína. Mais recentemente, uma ameaça de pandemia alertou o mundo: a Gripe das Aves, ocasionada por uma mutação do vírus influenza anteriormente só detectado em aves, causando doença em 18 pessoas, matando seis.  O vírus influenza, causador da gripe, está sujeito a mutações e pode se disseminar rapidamente pelo planeta graças à globalização nos dias atuais. Por isso, é de extrema importância a existência da Vigilância Epidemiológica Mundial da Gripe, que conta com uma rede de 120 laboratórios em 82 países, inclusive no Brasil. Esse serviço acompanha os casos da doença no mundo, traça as características dos vírus, além de indicar e incentivar a produção de uma vacina contra a gripe. A vacinação, atualmente, é o melhor método preventivo contra o vírus influenza e é inclusive recomendada pela OMS. No Brasil, ela é aplicada em pessoas com mais de 60 anos e também em portadores do vírus HIV, com recomendação médica. A atual gripe, conhecida como H1N1, também pode ser letal. Surgida no México, a doença já era conhecida dos pesquisadores. Entretanto, é necessário redobrar a vigilância, principalmente em função da globalização e dos deslocamentos das populações no planeta.  Graças aos meios de transporte avançados que temos, hoje os intercâmbios entre as populações são bastante intensos, e isso acaba resultando no aumento de casos da doença. ————————*Ricardo Barros é Professor de História do Colégio Paulista (COPI). Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo; graduado em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, e em Pedagogia na Faculdade de Educação da USP. 


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