Situação geográfica do Município

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Limites: Inconfidentes, Ouro Fino, Tocos do Moji, Pouso Alegre, Congonhal, Senador José Bento e Ipuiúna.

Altitude: 903m acima do nível do mar em relação ao centro do Município.

Topo

grafia: Planalto, várzeas, serras e campos.

Clima: Mesotérmico, caracterizado por verão brando e úmido. O período seco abrange dois a três meses (junho-agosto). O inverno possui, como característica, o clima frio intenso com geadas nas partes baixas do Município.

Localização: Situa-se na Zona Sul do Estado de Minas Gerais, integrando-se na micro-região do Planalto Mineiro.

Coordenadas Geográficas: Longitude -46º, 10’ e 00” – Latitude –22º, 16’ e 20”.

Hidrografia: Rio Mandú, Rio Moji, Rio do Cervo e inúmeros córregos, dentre os principais estão: Queima-pólvora, Boa Vista, Morcego e Córrego da Água Quente.

Distâncias Rodoviárias Principais: Belo Horizonte – 430km; São Paulo –254 km; Campinas – 170 km; Rio de Janeiro – 420 km.

O nascer de um povoado

Às margens do Rio Mandu, no lugar denominado “Campo do Mandu”, meio caminho da estrada que margeia o mesmo rio, ligando a Vila de Ouro Fino e o Registro do Mandu, já havia lavras de ouro. Nesse local residiu, por mais de cinco anos (desde o ano de 1753), o Alferes João Gomes Medela, natural de Pindamonhangaba que, depondo numa justificação feita no Juízo Eclesiástico de Ouro Fino, declarou:

“Viera do arraial de São Gonçalo para a referida paragem do “Campo do Mandu desta Freguesia de Ouro Fino, onde tem vivido até o presente”.

Outro morador do “Campo do Mandu” foi o Frei Franciscano Melchior de Santo Antônio que ali esteve no ano de 1757, ocupado com mineração.

Conta-nos o historiador José Guimarães, em sua monografia “Borda da Mata, Notas para sua História”:

“Além desses mineradores cujos nomes são encontrados em velhos documentos da Cúria Diocesana de Pouso Alegre, muitos outros aqui deveriam existir, atraídos pelo ouro daquelas faisqueiras”.

O desenvolvimento do povoado do “Registro do Mandu”muito concorreria para que a estrada que ligava Ouro Fino a Santana do Sapucaí fosse a preferida e mais movimentada por mineradores a pé, a cavalo, com tropas em lombo de burros, vindo de todas as regiões, pois ela passava por lavras dos “Campos do Mandu”, atravessava florestas e matas do Rio Moji atingindo as lavras de Santa Isabel no bairro Francisco Sá e depois Ouro Fino que se apresentava como promissoras jazidas de ouro.

Exatamente nas confluências das Matas do Rio Moji, com os Campos do Rio Mandu, nasceu, primeiramente, um modesto bairro com nome de Borda do Campo, depois Borda do Campo do Mandu, mais tarde, Borda do Mato do Mandu e, definitivamente o povoado de Borda da Mata.

A criação do Distrito de Borda da Mata

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Foi na busca de novos objetivos que os habitantes de Borda da Mata se propuseram em determinado momento de sua história, comprovar os ideais do líder Capitão Cipriano Pereira de Castro.

Alcançado o primeiro objetivo, aconteceram desde logo, novas conquistas. Com o progresso do arraial, era necessário que as questões entre os seus moradores fossem resolvidas ali mesmo, pois ainda dependiam do Juiz de Paz de Ouro Fino. Os seus habitantes viam a necessidade premente da elevação de Borda da Mata a Distrito. Portanto, os bordamatenses iniciaram um trabalho entre os políticos da região e em 20 de maio de 1835, dirigindo-se à Câmara Municipal de Pouso Alegre, o Juiz de Paz de Ouro Fino, Emídio de Paiva Bueno, pediu que fosse criado um Distrito de Paz na Capela Curada de Borda do Mato.

Atendido o pedido por deliberação da Câmara Municipal da Vila de Pouso Alegre, cujo Presidente era o Cônego João Dias de Quadros Aranha, em 29 de maio de 1835 era criado o Distrito de Borda da Mata, desmembrando-se da Freguesia de Ouro Fino (foi a primeira vez que se usou oficialmente esta dominação). Assim, na primeira eleição feita em 9 de junho do ano de 1835, no Novo Distrito criado na Capela Curada de Borda da Mata, foram eleitos seus primeiros Juízes de Paz: Srs. Francisco Vilela de Magalhães, Francisco Antônio de Toledo, Francisco Ferreira da Silva e Francisco Antônio do Couto.

Mais tarde a Lei Provincial nº 128, de 14 de março de 1839, criou de fato o Distrito de Paz de Borda da Mata, desmembrando-se do Distrito de Ouro Fino e passando a ser Distrito de Pouso Alegre.

Alguns anos depois, toma posse como Juiz de Paz de Borda da Mata o cidadão José Bueno Brandão. Nesse mandato, era Borda da Mata envolvida por desordeiros enviados por políticos da Vila de Pouso Alegre para esbandalhar os cidadãos pacíficos e honrados de nosso Distrito, querendo envolvê-los na luta política que precedia à Revolução Liberal. No ano de 1842 vários distúrbios se desenrolavam na sede Municipal em Pouso Alegre e culminando-se no dia 08 de fevereiro do ano de 1844, com o assassinato do Senador Padre José Bento.

Emancipação Política Administrativa de Borda da Mata

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O Município, no conceito abalizado de Alexandre Herculano, é a “mais bela das instituições que o mundo antigo levou ao mundo moderno”.

As grandes transformações que de tempo em tempo aparecem na constituição das sociedades não podem ser o efeito nem do acaso, nem só da força. A causa que as produz deve ser poderosa devendo residir no próprio homem. Se as leis da associação humana já não são as mesmas que foram no passado, a razão está no homem, onde alguma coisa se transformou.

Temos, efetivamente, algo de nosso ser a modificar-se constantemente: a nossa inteligência.

A inteligência está sempre em movimento quase sempre em progresso e por esse motivo as nossas instituições e leis se submetem a mudanças.

O homem não pensa atualmente do mesmo modo como pensou há quase um século e por isso não se governa agora como então se governou.

Já haviam passados 88 anos desde quando, naquele memorável dia 29 de maio de 1835, a Câmara Municipal da Vila de Pouso Alegre, sob a Presidência do Cônego João Dias de Quadros Aranha, criava o Distrito de Borda da Mata, desmembrando-o da Freguesia de Ouro Fino.

Tendo Borda da Mata, há muito tempo atingindo o desenvolvimento necessário para ter autonomia administrativa, ainda continuava como Distrito, subordinada à municipalidade de Pouso Alegre.

Esse pensamento calava fundo nos líderes bordamatenses que trabalhavam pela emancipação do Município.

A política local era, chefiada pelos Senadores Júlio Bueno Brandão, Eduardo Amaral e o deputado estadual amigo do povo de Borda da Mata, Dr. João Tavares Corrêa Beraldo.

Em setembro de 1922 renasceram as esperanças dos bordamatenses ao se iniciar, no Congresso Mineiro, a discussão do projeto nº 119 que tratava da reforma da Divisão Administrativa do Estado, cujo estudo foi entregue a Comissão Mista composta dos Senadores João Pio, Ribeiro de Oliveira e dos Deputados D. João Tavares Corrêa Beraldo, Eugênio de Melo e Gudesteu Pires. No substitutivo que é apresentado a esse projeto no ano seguinte, é incluída a criação do Município de Borda da Mata.

Transformado esse projeto em Lei Estadual n.º 843, é sancionada em 7 de setembro de 1923, pelo Presidente do Estado de Minas Gerais Dr. Raul Soares de Moura. Por essa Lei, Borda da Mata passa a ser Vila e sede do Município do mesmo nome. Foi uma grande e magnífica vitória de povo de Borda da Mata, coadjuvados pelos políticos de nossa cidade que não mediram esforços para a concretização da emancipação política de nosso Município.

Elevado o território a Município, adquiriu personalidade jurídica, autonomia política e capacidade processual para compor o seu governo, administrar seus bens e postular em juízo.

Desde a promulgação da lei estadual que reconhece a nova entidade municipal, todas as rendas e bens públicos locais a pertencer ao novo Município, salvo os que estiverem vinculados a serviços do Município primitivo ou a serviços de utilidades públicas por ele concedido e que se situem no território desmembrado, mas sirvam ao primitivo concedente.

Quanto às dívidas do Município originário, devem ser partilhadas proporcionalmente, entre ambos por se presumirem resultantes de interesses comuns quando o território ainda se achava unificado. Suas rendas serão administradas pelo antigo, mas nesses poderes de administração não se compreendem os de alienação ou oneração de bens.

Quase um ano depois, pelo Decreto nº 6.673, de 6 de setembro de 1924, são marcadas as datas para as primeiras eleições Municipais e para a instalação do novo Município em 12 de outubro e 16 de novembro do mesmo ano, respectivamente.

Nas eleições então realizadas em virtude de acordo celebrado entre as facções políticas, saem eleitos os seguintes cidadãos: Presidente da Câmara: Sr. Cândido Lamy, Vice Presidente: Sr. Astolfo Fernandes de Azevedo, Vereadores: Srs. João Olivo Megale, Raul de Andrade Cobra, Joaquim Floriano Barbosa, Marcos Floriano Barbosa Júnior e Benedito Elpídio de Melo.

Em substituição ao Vice-Presidente Astolfo Fernandes de Azevedo e aos vereadores Joaquim Floriano Barbosa e Benedito Elpídio de Melo que renunciaram seus mandatos, são eleitos os Srs. Manuel Félix de Azevedo, Severino Pedro da Costa Brandão e José Tomás Cantuária, respectivamente.

Na organização da Municipalidade, não só em Minas Gerais, mas também em todos os estados brasileiros, não havia prefeito. Esse cargo foi criado pela constituição do Estado de São Paulo.

No Estado de Minas Gerais não havia eleições para Prefeito, e sim para Presidente da Câmara que exercia dupla função: a de Legislativo e a de Executivo. O regime da Prefeitura começou com a Revolução liberal de 1930.

         (Texto retirado do livro Borda da Mata e sua história de autoria de João Bertolaccini)

Bairros de Borda da Mata

Borda da Mata possui ao todo 43, sendo: 28 rurais, 13 urbanos e 2 distritos.

Rurais: Barro Amarelo, Palmeiras do Mandu, Brumado, Brejão, Bogari, Gaspar, Boa Vista, Descalvado, Marques, Serrinha, Sertãozinho de Cima, Paiol do Campo, Palma, Jacu, Córrego das Pedras, São Joaquim, Contendas, Pontilhão, Bocaina, Moji, Segredo, Três Barras, Vargem da Borda, Areão, Morcego, Cafua, Açude, Campo.

Urbanos: Centro, São Francisco, Nossa Senhora de Fátima, Santo Antônio, São Judas Tadeu, São Benedito, Nossa Senhora Aparecida, Santa Terezinha, Santa Cruz, Santa Rita, Estação, Santa Edwirge, Nova Borda.

Distritos: Distrito do Cervo e Distrito do Sertãozinho.

Um caso de exorcismo em Borda da Mata

Com autorização de Monsenhor Pedro Cintra, autor do presente artigo, e com o consentimento do Vigário da Paróquia Pe. Édson Oriolo, diretor responsável pela publicação da “Folha Paroquial”, reproduzimos o artigo referente ao título acima, publicado na Folha Paroquial número 6, junho de 1999, Ano III.

“Antes de encerrarmos o ano de 1953, convém descrever o rumoroso caso que chamou atenção de todo o país, devido ao sensacionalismo da imprensa, aqui chamada por determinadas pessoas”.

“Eis o que vimos, ouvimos e observamos”:

“Em meados de fevereiro de 1953, o Sr. Alberto Simões de Carvalho, português, residente no bairro denominado Ponte de Pedra, pediu-me para levar a benção da Igreja à sua residência, pois certos barulhos estranhos, ouvidos à noite, traziam a família preocupada. Benzi a casa e fiz o exorcismo breve do “Ritual Romano”, “Exorcismus Sabtanam Et Angelos Apostaticos”.

Notei na família um certo afastamento dos deveres religiosos. O casal havia tempo não fazia a páscoa. Os filhos, alguns já moços, ainda não haviam feito a primeira comunhão.

Dei á família os conselhos religiosos necessários e orientei a todos para a confissão e comunhão.

Fui informado depois que, naquela noite o barulho aumentou. E o fenômeno continuou a repetir-se quase diariamente.

O Sr. Alberto, mal aconselhado, como sempre acontece nessas ocasiões, levou um espírita de Pouso Alegre a seu sítio. Fez este os seus passes e o barulho cessou por 15 dias, continuando depois, como antes.

Por ocasião as Semana Santa, quando a família se movimentou para cumprir o dever da comunhão pascal como eu havia aconselhado, o caso tomou outro caráter. Surgiu também uma voz estranha na casa do Sr. Alberto, juntamente com os estrondos ouvidos à distância.

A voz falava o nome de pessoas da casa e do bairro como se estivesse comandando animado baile, ao mesmo tempo que se ouvia o tropel de gente a dançar.

Falava palavrões e dizia chamar-se Chiquinho. A voz era muitas vezes ouvida, também durante o dia nas cercanias da casa por pessoas da família e por camaradas em trabalho. A jovem Natalina de 14 anos, filha do Sr. Alberto, achando-se só, certo dia, na cozinha da casa, a preparar o almoço, viu um pretinho, que, saindo de um dos quartos, passou por ela, cumprimentando-a com um cínico “bom dia”, desaparecendo em seguida. Assustada, alarmou, chamando pelos pais que se achavam em afazeres perto da residência, mas nada puderam ver.

Novamente procurado pelo Sr. Alberto e por ele informado dos novos fenômenos, comecei a acreditar haver de fato algo de extraordinário. Pedi ao mesmo que fosse à Ouro Fino relatar o fato a Frei Belchior, sacerdote capuchinho experimentado que já havia realizado um exorcismo na Itália. Frei Belchior me escreveu, afirmando tratar-se realmente de um caso de exorcismo.

Comuniquei a opinião de Frei Belchior ao Sr. Bispo Diocesano, Dom Otávio Chagas de Miranda que mandou jurisdição a mim e a Frei Belchior, para que aplicássemos o exorcismo, caso fosse necessário e prudente.

Tendo a viajar e permanecer ausente por mais de uma semana, pedi a Frei Belchior que assumisse a responsabilidade do caso.

No dia 16 de abril, acompanhado do Rev.mo. Padre José Oriolo, Vigário Cooperador da Paróquia e do Sacristão Manuel Cardoso, Frei Belchior pernoitou na residência do Sr. Alberto para observar os fenômenos.

Às 20h30, a um sinal característico dos cães, foi ouvida a voz estranha e cavernosa: “Boa noite” – Frei Belchior respondeu: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”.

A voz retrucou: “Vai mal, tem padre hoje aqui” …e começou a pronunciar palavrões. Frei Belchior começou o exorcismo solene.

Em um momento interrogou em dialeto Italiano, de quem era aquela voz, “Eu sou o diabo, o capeta”, respondeu. O Capuchinho, tomando uma relíquia de Santa Terezinha na mão, sem que ninguém soubesse, perguntou o que era.

A voz foi logo afirmando: “isso não vale nada, é de uma menina”.

Tomou então a medalha de Nossa Senhora, e imediatamente a voz: “isso não presta”.

O exorcismo durou duas horas e durante todo esse tempo a voz resmungava, dizia palavrões e fazia ameaças.

Antes e durante o exorcismo, Padre José Oriolo e o Sr. Manuel Cardoso, com lanternas, fizeram a mais rigorosa investigação ao redor da casa e no porão da mesma. A casa ao tinha forro em nenhum cômodo.

A entrevista do Padre Capuchinho foi encerrada com estas palavras da voz: “Vamos para o inferno comigo…”

A notícia se difundiu com a ida do Padre Capuchinho e o Padre Oriolo ao sítio do Sr. Alberto.

E agora era a multidão que lá comparecia, levada pela curiosidade.

Cheguei de viagem no dia 21 de abril e encontrei a paróquia alarmada. Os repórteres do Rio e São Paulo começam a chegar.

Neste mesmo dia, depois de ouvir a opinião de Frei Belchior e Padre Oriolo, que me afirmaram tratar-se realmente do demônio, rumei à noite, apenas acompanhado do confrade Vicentino Benedito Matos dos Santos, para o sítio do Sr. Alberto de Carvalho.

Chegando, rezei o terço com a família e alguns curiosos de Pouso Alegre que lá encontrei.

Às 22h, quando, depois do latido característico dos cães, uma voz rouquenha e masculina nos saudou: “Boa noite”. Era de impressionar!

Perguntei imediatamente: “In nomine Sanctissimae Trinitatis, Patris, Fillii et Spiritu Sancti, praecipio ibi ut dicas, quis sis tu”, a tradução é: “Em nome da Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu te ordeno que digas que és tu?” A resposta veio fulminante e irritada depois do latido característico dos cães: “ Eu sou o diabo. E eu não gosto desse padre e por isso, não fico aqui”.

Formulei outras perguntas em latim, adrede preparadas. Não obtive respostas.

A voz pronunciou ainda alguns palavrões. Repetiu que não gostava “deste padre”. Fez ameaças de matar a todos e desapareceu.

Fiz então o exorcismo breve do ritual romano.

No dia seguinte 22 de abril lá estive novamente. Fui acompanhado por algumas pessoas de responsabilidade. Nada de anormal.

Rezei o terço com a família e apliquei mais uma vez o exorcismo breve.

Dia 23 voltei acompanhado de Dr. Luiz Apocalipse, Juiz de Direito, Dr. Paulo Guimarães e Dr. Luiz Miranda, advogados. Essas pessoas tiveram a máxima preocupação em realizar a mais rigorosa investigação quanto a um possível embuste.

Apliquei o exorcismo solene do Ritual Romano, que todas acompanharam com grande respeito.

A voz foi ouvida às 21h.

Terminara o exorcismo, estávamos conversando. O Sr. Alberto acabara de dizer: “ele mudou a hora, costumava vir mais cedo”. A resposta, antecedida pelo latido característicos dos cães foi imediata: “Boa noite, meu horário agora é das 21h em diante”.

Formulei a mesma pergunta do dia anterior, em latim. Respondeu: “Já disse que sou o diabo”, “Não fico mais aqui, porque tem padre aqui, e ao gosto deste padre”, “Não volto mais nesta casa”.

Fiz outras perguntas em latim preparadas com antecedência. Não obtive resposta. Acrescentou tolices e ameaças e desapareceu a voz para sempre.

No dia 24 informei o Sr. Bispo, que mandou cessar os exorcismos. Mas, tornei a visitar a residência do Sr. Alberto para evitar a invasão de pessoas indesejáveis. Rezei o terço com a família, o fenômeno não se repetiu.

Dia 25, Padre José Oriolo fez a entronização do Sagrado Coração de Jesus, no lar do Sr. Alberto Simões de Carvalho que se mostrava então, tranqüilo. Tudo continuou em paz.

Era realmente o demônio? Na minha humilde opinião, trata-se de uma obsessão diabólica real. Não se explica de outra maneira. Estudei todas as possibilidades de um embuste. Procurei me esclarecer em livros sobre parapsicologia. Todas as hipóteses aventadas caem ante as investigações rigorosas realizadas por todos que lá estiveram comigo. Esta é também a opinião dos dois colegas que presenciaram o fato: Padre José Oriolo e Frei Belchior.”

(a)    Côn. Pedro Cintra (a)

(Constante no Livro de Tombo nº 2 pág. 89, 1953) .

(Texto retirado do livro Borda da Mata e sua História de autoria de João Betolaccini)