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Brasil bate recorde em doação de órgãos

Índice é 14% maior que em 2009. Aumento de investimentos também permitiu crescimento sustentado da quantidade de transplantes realizados no país

Dados do Ministério da Saúde apontam para novo recorde de doações de órgãos no Brasil e crescimento sustentado de transplantes. O número de doadores efetivos (veja na tabela 1) cresceu 14% em apenas um ano. Em 2010, foram registrados 1.896 doadores contra 1.658 no ano anterior. Com esse desempenho, o Brasil atingiu a marca histórica de 9,9 doadores Por Milhão de Pessoas (pmp). Este aumento se deve ao fortalecimento do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e ao aporte cada vez maior de recursos no setor.

A média nacional de doações (9,9 pmp) apresentou aumento de 13,8% em relação a 2009, quando o índice era de 8,7 pmp. Nos últimos sete anos, a média de crescimento anual tem sido de 7%. Alguns estados, como Santa Catariana e São Paulo, mantêm índices de doações próximos aos de países altamente desenvolvidos no setor, como Espanha e Canadá, que mantêm médias acima de 20 doadores pmp. Os índices de doações de Santa Catarina e São Paulo são, respectivamente, de 17 pmp e 21 pmp. 

O número de transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, pulmão, rim, pâncreas) cresceu 7% em apenas um ano, seguindo a tendência de crescimento sustentado. No último ano, foram realizados no Brasil 6.422 transplantes do tipo, enquanto que em 2009 foram 5.999.  Comparadas as quantidades de transplantes de órgãos sólidos realizadas em 2003 e  2010, o crescimento foi de 53,12%. Em 2003, foram realizados 4.194 procedimentos deste tipo (veja tabela 2).

Já a totalidade de transplantes – considerando órgãos sólidos, tecidos (córneas) e células (medula) – saiu dos 20.253 em 2009 para 21.040 no ano passado (tabela 3). A ampliação do número de transplantes no Brasil se deve ao aperfeiçoamento dos processos de doação, como notificações por morte encefálica mais precoces, cuidado intensivo dos doadores, melhorias logísticas e ao grande aporte financeiro no Sistema Nacional de Transplantes, que tem sido cada vez maior.

O investimento do Ministério da Saúde mais do que triplicou nos últimos oito anos (tabela 4). Em 2010, o valor chegou a R$ 1,198 bilhão. Já, em 2003 o investimento foi de R$ 327,85 milhões. O desempenho reforça a posição do Brasil entre os maiores sistemas públicos de transplantes em todo o mundo. O Sistema Único de Saúde (SUS) responde por 95% dos transplantes de órgãos sólidos.

MEDULA – o número de transplantes de medula óssea apresentou um expressivo aumento, saindo de 1.531 cirurgias em 2009 para 1.695 em 2010, um crescimento de 10,7% em um ano e de 74,38% desde 2003, quando foram registrados 972 transplantes. A grande expansão do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) é o principal motivo desse aumento no número de cirurgias do tipo. Atualmente, o Brasil possui dois milhões de doadores cadastrados, sendo o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (5 milhões de doadores) e da Alemanha (3 milhões de doadores). Em 2003, o cadastro brasileiro contava com apenas 49,5 mil voluntários.

 

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE DOADORES EFETIVOS:

ANO

DOADORES EFETIVOS

ÍNDICE DE DOADORES (PMP)

2003

893

5,00

2004

1.232

6,80

2005

1.078

5,88

2006

1.109

5,98

2007

1.150

6,13

2008

1.317

6,95

2009

1.658

8,70

2010

1.896

9,90

 

EVOLUÇÃO DE TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS SÓLIDOS:

ANO

Total de órgãos sólidos

2003

4.194

2004

4.584

2005

4.293

2006

4.374

2007

4.447

2008

4.718

2009

5.999

2010

6.422

 

EVOLUÇÃO DE TRANSPLANTES GERAL (órgãos sólidos, tecidos e células):

ANO

TOTAL DE ÓRGÃOS SÓLIDOS, TECIDOS E CÉLULAS

2003

12.722

2004

14.175

2005

15.570

2006

15.788

2007

17.428

2008

18.989

2009

20.253

2010

21.040

 

EVOLUÇÃO DE INVESTIMENTOS:

ANO

VALOR

2003

R$ 327,85 milhões

2004

R$ 409,4 milhões

2005

R$ 526,6 milhões

2006

R$ 602,9 milhões

2007

R$ 713,1 milhões

2008

R$ 824,2 milhões

2009

R$ 990,51 milhões

2010

R$ 1,198 bilhão

 

 

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