Edição impressaConfira a última edição impressa

Câncer de mama: tempo é vida!

O câncer de mama é um sério problema de saúde que representa riscos à vida das mulheres em todo o mundo. Por isso foram criadas as campanhas do Outubro Rosa, com o objetivo de conscientizar a população da importância da prevenção da doença, que em muitos casos pode ser letal. Existem mais de 1 milhão de novos casos por ano, se descobertos no início possuem mais de 95% de chances de cura.
Receber o diagnóstico de um câncer de mama não é fácil. Junto com a notícia surgem muitas perguntas, que podem gerar insegurança no paciente e em seus familiares.
1 – O que é câncer de mama?
Câncer é um grupo de doenças que se caracterizam pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas. O câncer de mama é o crescimento descontrolado de células da mama que adquiriram características anormais (células dos lobos, células produtoras de leite, ou dos ductos, por onde é drenado o leite), anormalidades estas causadas por uma ou mais mutações no material genético da célula. A doença ocorre quase que exclusivamente em mulheres.
2 – Quais as causas e fatores de risco para o câncer de mama?
O câncer de mama não tem uma causa única. Seu desenvolvimento deve ser compreendido em função de uma série de fatores de risco, que podem ser externos ou internos ao organismo, e que interagem de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais. Estes fatores de riscos incluem:
v Idade avançada;
v Exposição prolongada a hormônios femininos;
v Radioterapia prévia em região do tórax, especialmente se antes dos 30 anos;
v Histórico familiar;
v Presença de mutação genética (incluindo BRCA1, BRCA2, entre outros): embora apenas 5 a 10% de todos os cânceres de mama sejam causados por estas mutações;
v Mulheres que não tiveram filhos (não amamentaram) ou tiveram o primeiro filho após 30 anos;
v Menstruação precoce (antes dos 12 anos);
v Menopausa tardia (após 50 anos).
Fatores de risco modificáveis relacionados ao estilo de vida:
v Sedentarismo, excesso de peso, ingestão regular de álcool e tabagismo.
3- Quais as formas de prevenção?
Alguns fatores de risco não podem ser modificados, por exemplo, não podemos parar de envelhecer ou mesmo interferir na idade da primeira ou última menstruação da mulher. Mas podemos evitar a obesidade, através de dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e não ingerir bebidas alcoólicas. Por outro lado, a prevenção visando garantir o diagnóstico precoce da doença aumenta as taxas de cura e tem enorme valor no controle do câncer de mama. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que todas as mulheres realizem a mamografia anualmente a partir dos 40 anos. Mulheres mais jovens também devem considerar o risco de desenvolver o câncer de mama, apesar do número de casos ser significativamente inferior ao de mulheres com idade superior. Todas precisam estar cientes dos fatores de risco.
Além da mamografia o autoexame da mama deve ser feito uma vez por mês, todos os meses, 8 a 10 dias após o aparecimento da menstruação ou em uma data fixa nas mulheres que não têm menstruação.
4- Como é feito o autoexame das mamas?
– Em pé em frente ao espelho observe: o bico dos seios, superfície e o contorno das mamas.
– Ainda em pé em frente ao espelho: levante os braços. Observe se o movimento altera o contorno e a superfície das mamas.
– Deitada: com a mão direita, apalpe a mama esquerda. Faça movimentos circulares suaves, apertando levemente com a ponta dos dedos. Com a mão esquerda, apalpe a mama direita. Faça movimentos suaves, apertando levemente com a ponta dos dedos.
– No banho: com a pele ensaboada eleve o braço direito e deslize os dedos da mão esquerda suavemente sobre a mama direita estendendo até a axila. Faça o mesmo com a mama esquerda.
5- Quais sinais e sintomas sugestivos do câncer de mama são observados durante o autoexame?
– Mudança no tamanho e formato dos seios;
– Vermelhidão ou coceira na pele e/ou ao redor do mamilo;
– Vazamento de um ou de ambos os mamilos;
– Inchaço da axila ou ao redor da axila;
– Nódulo ou espessamento que pareça diferente do restante do tecido da mama;
– Mudança na textura da pele, como enrugamento ou covas (aparência de pele de laranja);
– Inversão ou mudança de posição ou formato do mamilo;
– Dor constante nas mamas ou axilas.
O câncer de mama, na atualidade, tornou-se um problema de saúde pública. As taxas de incidência e mortalidade vêm aumentando progressivamente em nosso país. O diagnóstico precoce ainda é a maior arma de combate à doença, a mamografia – associada ao exame clínico das mamas – diminuem em pelo menos 30% as taxas de mortalidade.
Infelizmente, no Brasil 60% dos casos ainda são diagnosticados tardiamente (estágios III e IV). Esse índice chega a 80%, quando incluímos o estágio II da doença. Um grande problema tem sido a falta de conscientização da população feminina frente à doença, associada à insuficiência de exames mamográficos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Por Dra Sávia Falci, Bioquímica da Assessoria Científica do Méthodos Laboratório

Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado.