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Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 registrou 485 mil ligações em 2014

Desde que o serviço foi criado em 2005, foram mais de 4 milhões de atendimentos

Em 2014, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 realizou 485.105 atendimentos, uma média de 40.425 atendimentos ao mês e 1.348 ao dia. Desde a criação do serviço em 2005, foram mais de 4 milhões de atendimentos.

Em comparação a 2013, o Ligue 180 registrou, em 2014, aumento de 50% nos registros de cárcere privado de mulheres, uma média de 2,5 registros/dia. No caso de estupros denunciados, o aumento foi de 18%, uma média de três denúncias/dia. A violência sexual contra a mulher, que inclui estupros, assédios e exploração sexual, cresceu 20% em 2014, uma média de quatro registros/dia.

Ampliação – O Ligue 180 a partir de hoje é ampliado para mais 13 países: França, Estados Unidos, Inglaterra, Noruega, Guiana Francesa, Argentina, Uruguai, Paraguai, Holanda, Suíça, Venezuela, Bélgica e Luxemburgo. A Central já atende Espanha, Itália e Portugal.

Em 2014, do total de 52.957 denúncias de violência contra a mulher, 27.369 corresponderam a denúncias de violência física (51,68%), 16.846 de violência psicológica (31,81%), 5.126 de violência moral (9,68%), 1.028 de violência patrimonial (1,94%), 1.517 de violência sexual (2,86%), 931 de cárcere privado (1,76%) e 140 envolvendo tráfico (0,26%).

Com relação ao perfil do usuário do Ligue 180, é importante registrar que o serviço é majoritariamente procurado pelo sexo feminino (85,80%). Em sua grande maioria (80%), as mulheres relatam violências praticadas por homens (companheiros, cônjuges, namorados, amantes) com os quais mantêm ou mantiveram algum vínculo afetivo (82,53%). As denúncias restantes estão relacionadas a relações familiares (11,20%), relações externas (5,93%) e homoafetivas (0,34%).

Registros de atendimentos – A comparação entre a população feminina das unidades federativas e o número de registros de atendimento no Ligue 180 permite concluir que o município de Campo Grande, onde a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM-PR) inaugurou, em 03 de fevereiro último, a primeira Casa da Mulher Brasileira, é a capital com a maior taxa de ligações, seguida por Brasília (DF) e Vitória (ES).

Por Estado, o Distrito Federal foi o que mais procurou o Ligue 180 (158,48%), seguido de Mato Grosso do Sul (91,61%), Rio de Janeiro (91,18%), Espírito Santo (85,59%) e Amapá (82,93%).  Em 2014, a Central de Atendimento à Mulher atendeu às 27 unidades da Federação e a 3.853 dos 5.570 municípios brasileiros (69,1%).

Já entre os 30 primeiros municípios que mais procuraram o Ligue 180 em 2014, proporcionalmente à respectiva população feminina, estão aqueles com menos de 20 mil habitantes. Salvador das Missões (RS), Amapá (AP) e Gabriel Monteiro (SP) ocupam as primeiras posições entre os que mais recorreram ao serviço. Destaque-se que o número de habitantes atendidos na zona rural brasileira quadruplicou ano passado em relação a 2013.

Em 2014, contudo, houve um aumento  na procura do serviço por homens (de 13%, em 2013, para 14%). Foram registrados 7.518 atendimentos a pessoas do sexo masculino, que relataram episódios de violência contra mulheres. Mas são as mulheres que mais denunciam a violência da qual são vítimas (70,75%) na Central de Atendimento. Em seguida vêm os vizinhos (6,54%), as mães (3,38%), os irmãos das vítimas (2,72%) e outros (16,61%).

Os relatos das vítimas revelam que a violência tem início logo no primeiro ano de convivência do casal (23,51%) ou de um até cinco anos (23,28%). Dos atendimentos registrados em 2014, 80% das vítimas tinham filhos, sendo que 64,35% deles presenciavam a violência,  e 18,74% eram vítimas diretas juntamente com as mães.

Papel da mídia – Ressalte-se a importância da divulgação do Ligue 180 por meio da mídia: 62% das usuárias do serviço declararam ter tomado conhecimento da Central por TV, rádio, jornal  ou internet. Só a TV foi responsável por 47% da procura pelos serviços da rede 180 em 2014, o dobro em relação ao ano anterior.

 

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