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Deputado Dalmo busca salvaguardas para o setor têxtil e de confecções

O parlamentar reuniu em audiência pública representantes das principais entidades envolvidas com o setor, que, juntos, apresentarão documento ao governo federal em busca do fortalecimento da indústria nacional.

Em audiência pública da Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada na terça-feira (9/4/13), para discutir medidas de proteção à indústria têxtil, representantes do segmento defenderam a adoção de salvaguarda para os produtos do setor e a mobilização das assembleias legislativas do País. O deputado Dalmo Ribeiro Silva, autor do requerimento que solicitou a reunião, reforçou a importância da união em defesa da indústria têxtil e de confecções no Estado.

O parlamentar lembrou que a discussão do tema é feita desde 2006 e que o motivo permanece o mesmo: a invasão dos produtos chineses no mercado brasileiro. Segundo o deputado, o Circuito de Malhas mineiro não tem como competir com a produção asiática em função dos baixos preços, uma vez que o custo deles é também significativamente inferior. “Este assunto tem nos preocupado muito, pois a importação tem trazido enormes perdas para as confecções nacionais, particularmente ao polo de malhas de nossa região Sul de Minas”, alertou .

Ele ainda ressaltou que o “Circuito das Malhas no Sul de Minas é a principal atividade econômica dos municípios que o compõe e o que queremos é impedir, por meio de salvaguardas para o setor, a importação desenfreada com o objetivo de garantir um mercado justo e competitivo, sustentando nossos postos de trabalho”, disse Dalmo Ribeiro em defesa de medidas que garantam a sustentabilidade e o fortalecimento das indústrias têxteis e de confecções.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil de Malhas no Estado de Minas Gerais (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, elogiou a atuação do deputado Dalmo dizendo que o parlamentar “é um paladino da indústria têxtil”. Diniz Filho explicou que no Brasil o setor gera 1,7 milhão de empregos e que a sobrevivência e o crescimento das empresas de confecção poderiam ser assegurados com um regime de tributação diferenciado, o que a Abit chamou de Regime Tributário Competitivo para a Confecção (RTCC), que visa promover a desoneração, a simplificação e a desburocratização da carga tributária incidente sobre as confecções.

As ações apresentadas foram reforçadas pelos participantes da audiência, incluindo o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas no Estado de Minas Gerais, Flávio Roscoe Nogueira. Para ele, a China adotou uma estratégia de guerra: industrializar-se sem se importar com o custo disso. O deputado Dalmo lembrou que esse “custo” pode ser percebido ao comparar a remuneração entre os dois países. Enquanto no Brasil, paga-se em média 11,24 dólares para o trabalhador do setor, o trabalhador chinês recebe 2,75 dólares.

Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Monte Sião, João Tadeu Dorta, a importação de peças chinesas também tem afetado as empresas da cidade, conhecida como a Capital Nacional do Tricô. “Está ficando difícil competir com os produtos chineses”, enfatizou Dorta. O diretor da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Jacutinga, Miller Mogliani de Lima, destacou a relevância do “Circuito das Malhas” na região para o setor. “São cerca de 30 mil empregos diretos e o impacto social de uma possível perda destes postos de trabalho é assustador”, afirmou.

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