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Fernando Pimentel apresenta diagnóstico da situação do Estado

DSC_0036Além do déficit de R$ 7,2 bilhões previstos para este ano, governador criticou ineficiência e falta de planejamento da gestão anterior

 

O governador Fernando Pimentel apresentou nesta segunda-feira (6/4), no Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, um amplo diagnóstico da situação do Estado de Minas Gerais. O trabalho, realizado durante os três primeiros meses da nova gestão, tem como objetivo estabelecer o ponto de partida para as ações de governo e as prioridades estratégicas. O estudo ainda revelou a má qualidade de gerenciamento das administrações anteriores. Os principais pontos do diagnóstico estão no sitewww.diagnostico.mg.gov.br.

“A situação do Estado de Minas Gerais é grave, é crítica, do ponto de vista orçamentário, financeiro e de gerenciamento. Vamos ter de recuperar a capacidade gerencial do Estado, porque ela, nesse momento, inexiste”, afirmou o governador, ao apresentar os dados para a imprensa ao lado do vice-governador Antônio Andrade e dos secretários de Governo, Odair Cunha, de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, de Fazenda, José Afonso Bicalho, e de Transportes e Obras Públicas, Murilo Valadares.

Pimentel criticou a piora, nos últimos anos, da qualidade dos serviços prestados à população, o atraso e o cancelamento das obras pelo Estado e a atual crise hídrica enfrentada por Minas, além da ausência de um sistema eficiente de controle da folha de pagamento do funcionalismo público. Segundo ele, esses problemas são decorrentes de uma “ausência real e clara de gestão”.

O governador usou a crise de abastecimento de água como exemplo de má gestão. De acordo com ele, apesar de o Estado contar com 15 órgãos responsáveis pela gestão de recursos hídricos, nenhum deles é capaz de definir a capacidade de reserva de água de Minas Gerais. “Nem esse dado básico o Estado consegue obter. O caso da água hoje é notório, é público. Nós temos uma situação emergencial hídrica, e não é só por causa da falta de chuva”, afirmou o governador.

A falta de gerenciamento das obras pelo governo também foi alvo de críticas do governador. De acordo com o diagnóstico apresentado, 28 órgãos do Estado realizam obras, mas não existe um núcleo de gerenciamento. “Não existe um lugar que possa responder simplesmente: quais são, quantas são e em que situação estão as obras do Estado”, disse.

A crise financeira encontrada pela nova gestão também foi refletida no estudo apresentado. O orçamento do Estado para 2015 aprovado pela Assembleia Legislativa prevê um déficit de R$ 7,2 bilhões. “Esse déficit não caiu do céu. Ele foi sendo construído ao longo dos anos”, reforçou o governador.

Pimentel garantiu, no entanto, que o governo vai continuar trabalhando para garantir a recuperação de Minas Gerais. Segundo ele, a transparência e o trabalho regionalizado serão algumas das principais estratégias da nova gestão neste processo.

“Seremos fiéis àquilo que nos trouxe ao governo. Seremos transparentes, vamos recuperar a capacidade de gerenciamento e planejamento do Estado e vamos fazer de maneira participativa, democrática, sincera, ouvindo toda a população, regionalizando a administração sem prometer aquilo que não podemos fazer, mas entregando aquilo que podemos e vamos fazer”, garantiu.

O governador ressaltou, ainda, a importância da participação do funcionalismo público e da população nesse processo. “Nós vamos precisar muito da cooperação, colaboração e compreensão do funcionalismo público. Vamos precisar muito que os mineiros entendam as limitações que o governo do Estado tem neste momento, mas vamos precisar, acima de tudo, do nosso próprio trabalho, do nosso próprio esforço”, finalizou.

O secretário de Governo, deputado Odair Cunha, destacou que a partir deste diagnóstico será delimitado o ponto de partida da atual gestão. “A situação orçamentária, financeira e gerencial do Estado é grave. De 2007 a 2014, a dívida acumulada passou de R$ 52,1 bilhões para R$ 93,7 bilhões. A despesa de pessoal se manteve acima da receita. Na saúde, o déficit chega a R$ 1,5 bilhão. Do total de 3,6 mil escolas, apenas 26% estão em boas condições. Enfim, o que se percebe é que nesses últimos anos, houve falta de gerenciamento e diálogo entre os órgãos. A partir deste diagnóstico, vamos delimitar o ponto de partida desta gestão. 2015 será o ano de arrumar a casa.”

 

 

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