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Foco e disciplina podem destacar estudante de EAD no mercado de trabalho

estudante

Enquanto participam de um curso a distância, os alunos desenvolvem não apenas os conhecimentos técnicos, como também as habilidades comportamentais esperadas nos profissionais do mercado.

Não é apenas no Brasil que as organizações têm dificuldade em encontrar competências técnicas e comportamentais nos estudantes. Um levantamento do National Association of Colleges and Employers (NACE) mostrou que globalmente, em 2016, as empresas exigirão dos graduandos a capacidade de liderar, saber trabalhar em equipe, de ter uma boa comunicação verbal e escrita e resolver problemas. Embora as habilidades técnicas sejam relevantes para o mercado de trabalho, as comportamentais são essenciais na hora de contratar um estudante ou recém-formado. Alguns desses comportamentos buscados pelos empregadores são muito mais comuns em alunos de educação a distância .

Foi o tempo em que se discutia a qualidade do ensino a distância, e que o mercado de trabalho olhava com maus olhos o aluno que cursava a graduação online. Uma prova de que essa realidade mudou é a relevância da Educação a Distância no Brasil, pois o EAD cresce quase 10% por ano, de acordo com dados do Mapa de Ensino Superior da Semesp, e tem ganhado maturidade. Segundo o Censo EAD Brasil 2014, da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), em 2014 cresceu o número de cursos totalmente a distância e instituições investiram em qualidade – 1.840 cursos estão regulamentados e são oferecidos por 48% das instituições que atuam com EAD; mais da metade dessas instituições investiram na qualidade das suas ofertas com iniciativas voltadas a tecnologia e inovação, como melhorias no ambiente virtual de aprendizagem, uso de livros digitais e ferramentas de vídeo. Também temos visto surgir projetos consistentes para evitar a evasão e reter o estudante!

O que temos percebido é que pessoas que fazem um curso online acabam desenvolvendo competências que são importantes para o mundo corporativo – como disciplina, foco, responsabilidade, facilidade para resolução de problemas e iniciativa -, exatamente porque o formato da aula e o processo de aprendizagem obrigam o estudante a ser mais autônomo, organizado e ter mais comprometimento para aprender e gerir sua própria experiência de ensino. A modalidade exige que ele ganhe maturidade para lidar com a absorção dos conteúdos, prazos de entrega de projetos, sem estar presencialmente na instituição de ensino. Além disso, ele tem que ser dinâmico, definir horários para estudos, e não deixar para a última hora a entrega de trabalhos.

Uma pesquisa recente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostrou que, para 89% das empresas inovadoras, o profissional que ingressa no mercado de trabalho brasileiro está despreparado, um número composto, em sua maioria, por estudantes e recém-formados. Para suprir esse gap, a CNI alerta que é preciso ampliar o diálogo entre empresas e universidades. Por isso, é claro o papel da instituição de ensino em ‘preparar o terreno’ para o aluno ao incentivar o conhecimento prático e a entrada do estudante de EAD no mundo corporativo, pois isso pode ajudá-lo a colocar em prática o conhecimento adquirido ao longo do curso e a mostrar ao mercado de trabalho a qualidade da instituição de ensino. Muitas vezes, a universidade peca por expor os alunos à teoria sem equilibrar o diálogo sobre os problemas comuns do mercado de trabalho, e isso contribui para que muitos, mesmo depois de formados, não tenham as aptidões necessárias para conseguir um emprego na sua área.

Com a maturidade e relevância que o Ensino a Distância tem ganhado, e pela autonomia que o aluno adquire ao longo da sua jornada acadêmica, o EAD o torna apto para o mercado de trabalho. O papel da instituição, no entanto, é crucial. É preciso colocar o aluno no centro do processo de aprendizagem, entendendo suas dificuldades pontuais, trabalhando-as de forma individual e usando a tecnologia como parte do plano pedagógico para ajudar a personalizar e centralizar o ensino no estudante, considerando não apenas o aspecto teórico, mas também o desenvolvimento das habilidades esperadas pelas empresas. Dessa forma, a universidade permitirá que o aluno se torne protagonista da sua história e, consequentemente, da sua carreira.

 

 

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