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Homenagem – José Ricardo Alves – Tocos do Moji

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Esta é para homenagear a memória de José Ricardo Alves, falecido quinta feira, quatorze de julho, às quinze horas, deixando-nos uma saudade imensa, na dor da perda, e a certeza que, por mais longa que seja a vida, um dia tem o seu término.

Foram oitenta e três anos de uma vida resumida em duas palavras: missão cumprida.  Gostaria de falar muito de sua vida e de seus feitos, mas não sei tanto assim a respeito do passado do meu avô. As histórias a respeito foram contadas e recontadas várias vezes, e detalhes se perdem nessa hora importante. O que sei é que ele perdeu sua mãe ainda criança ele ficou com seu pai e seus dois irmãos, seu pai logo se casou novamente e teve mais filhos, mas criado por esta família humilde nunca perdeu sua dignidade e acima de tudo seu respeito, os anos passaram e ele se casou e no começo de sua vida de casado passou por muitas dificuldades, morou em um paiol velho por mais de quatro anos, levou frango para Estiva em um cavalo por mais de treze anos,depois passou a morar em uma casa barreada, foi quando ele conseguiu também comprar uma boiada e ai passou a levar coisas para Pouso Alegre.Mas no meio de tantas dificuldades e lutas ele conseguiu construir a casa em que morava, isso foi bem mais tarde, seus filhos já estavam criados, os anos passaram e cada vez mais ele consegue o mérito de ser essa pessoa maravilhosa e construir esta família linda onde teve 12 filhos. Suas principais marcas eram o trabalho e a honestidade.

Mais tarde esses filhos casaram e lhes deram 41 netos, os netos 34 bisnetos e um tataraneto e com isso venceu todos os obstáculos, e novamente os anos passaram e ele sofreu muito com a perda de seu filho Ezequiel e mais tarde ainda com a perda inconsolável de sua esposa, mas ao lado de sua família conseguiu se levantar e tocar a vida, pois como ele dizia a vida continua, vamos. E hoje temos orgulho de dizer que somos parentes deste homem que já não esta mais aqui conosco mais que nos mostrou a real importância do amor, da amizade e da família, este homem que sofreu tanto na vida, mas que lutou com fé e coragem e do nada se transformou nesta pessoa de mérito, está pessoa maravilhosa, pois onde passava deixava amigos. O que mais marcava na sua personalidade eram duas características.  A primeira delas era seu humor incomum. Períodos de seriedade e introspecção eram alternados por gracejos e piadas inteligentes. Foi um excelente contador de histórias, criativo, gostava de música caipira e com sua devoção a Nossa Senhora Aparecida todos os dias ouvia a consagração, sua maior satisfação era a presença de todos seus familiares em sua casa. Todo dia 01 de janeiro tinha comemoração em sua casa e ali todos reuniam. Sua palavra sempre foi lei para aqueles que o obedeciam. Protegia aos seus com a própria vida, se pudesse. Essa é a segunda característica que mais o marcava. A lealdade. Sempre foi leal a quem o ajudou, a quem lhe deu oportunidades. Dele recebemos o exemplo: dois braços para trabalhar e nada do que se envergonhar no fim de toda uma vida.

Obrigado, meu pai, meu avô, meu bisavô, meu tataravô, meu irmão, meu tio e meu amigo. Há muito que queríamos ter dito, há muito que queríamos que soubesse de nós, falando face a face. Nesse mundo, aprendemos a ser cruéis conosco e com aqueles que amamos. Nem sempre, quando temos oportunidade, olhamos no rosto daqueles que amamos muito e dizemos o quanto são importantes. Mas não poderemos dizer isso ao senhor, porque já foi embora. Agora, espero que descanse nos braços de Jesus e Maria, que ambos possam ser o seu conforto. A esperança que nos resta é de um dia reunirmo-nos todos consigo nos céus e que possamos de novo ser a mesma família com seu patriarca junto de nós. A tristeza, que está estampada nos nossos rostos, há de ser passageira. Já nascemos sabendo que a morte é inevitável. E sabemos também que a alegria da sua lembrança há de permanecer. Mas infelizmente, o senhor é insubstituível em nossos corações e nossas vidas e nossos olhos em lágrimas são a prova maior de que nosso amor pelo senhor não teve início e jamais terá fim.

 

Obrigada,

Ângela Maria de Almeida

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