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Homenagem a Zezé Cobra

Zezé

A triste notícia circulou pela nossa cidade na manhã de 27 de dezembro. Após 15 dias de internação hospitalar, veio a falecer nosso grande e leal amigo José de Andrade Cobra, mais conhecido por Zezé.
O ilustre extinto era filho de Raul de Andrade Cobra e Benedita Braga Cobra. Natural de Borda da Mata (15/02/1923) casou-se com Mirtes Sobreiro Cobra, de cuja união descendem os filhos José Álvaro e Maria do Carmo; depois, chegaram os netos Taís, Álvaro, Raul, Raquel e os bisnetos Pedro e Manoela.
Todo ser humano possui falhas e virtudes. Assim, Zezé também deve ter cometido erros. Mas seus acertos foram bem maiores. Homem honesto e dedicado à família. Trabalhador incansável, mesmo na avançada idade, jamais abdicou das tarefas diárias. O trabalho diuturno era sua marca registrada. Ser útil sempre foi sua bandeira. Fazia questão de servir a todos e, por ser gentil no trato com as pessoas, tinha muitos amigos.
À época da Ditadura de Getúlio Vargas, aos 24 anos de idade, foi nomeado para exercer o cargo de Prefeito Municipal, em 29 de abril de 1947. Mais tarde, voltou a participar da política. Disputou as eleições municipais de 1.958, pelo extinto partido da UDN, como vice na chapa de meu irmão, Narcy de Mello, quando foram eleitos. Em 01 de maio de 1961, com o afastamento voluntário de Narcy, uma vez mais Zezé assumiu o seu segundo mandato até 31 de dezembro de 1962, como se pode constatar no registro histórico da galeria dos ex-prefeitos bordamatenses existente na Prefeitura. Por essa razão, com sua morte, fez jus à honraria do decreto municipal de luto oficial por três dias e também recebeu justa homenagem, ao ser velado no Paço Municipal.
À época em que administrou nosso município, os recursos orçamentários eram ainda muito precários. A minguada verba do Fundo de Participação dos

Municípios (FPM) somente chegava ao final de cada ano, sendo insuficientes as verbas do IPTU. Restava aos prefeitos a tarefa árdua de conseguir empréstimos para custear as despesas de pessoal e demais encargos da administração. Os anais da nossa história política registram a aprovação das contas públicas do prefeito Zezé e também, no consenso da população de sua terra, conquistou o respeito por sua probidade administrativa.
Hoje os recursos são maiores, embora ainda não se tenha atingido um patamar ideal. Infelizmente, as políticas financeiras públicas em prática não favorecem os Municípios. Na verdade, a União, com sede em Brasília, fica com a maior fatia do bolo dos tributos. Conseqüentemente, faltam aos Estados e Municípios recursos necessários para garantir à população melhor qualidade de vida. E o mais triste é constatar a pública e notória realidade de que o dinheiro público escoa pelos ralos da corrupção desenfreada praticada nos altos escalões da República.
É lamentável essa mentalidade política brasileira de “meter a mão nos cofres públicos” e aproveitar-se dos recursos de órgãos do governo como a Petrobrás, querendo sempre “levar vantagem em tudo”.
Enquanto essa prática criminosa prejudica o povo brasileiro, nosso amigo Zezé deixa notável legado em sua preciosa vida particular e pública. Esse legado poderia ser sintetizado na honradez, amor à família e ao trabalho com dignidade.
Como seu conterrâneo agradecido e, na certeza de interpretar também os sentimentos de seus inúmeros amigos, cumpro o dever de prestar-lhe esse merecido tributo. Ao mesmo tempo, compartilho com seus dignos familiares do imenso pesar por tão grande perda!
Que Deus dê consolo à família enlutada e reserve ao amigo Zezé, no reencontro com seus entes queridos, toda a alegria, paz e felicidade na Casa do Pai!
Borda da Mata, janeiro de 2.015.
Gustavo Dantas de Melo

“Não se perturbem os seus corações! … Existem muitas moradas na Casa de meu Pai. Se não fosse assim, eu lhes teria dito, porque vou preparar um lugar para vocês…”
(Jo, 14/1-2)

 

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