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IML divulga lista de vítimas do atirador do Rio; Cabral decreta luto de 7 dias

O Instituto Médico-Legal identificou 11 corpos e voltou a aumentar para 12 o número total de crianças mortas por um atirador dentro de uma escola em Realengo, zona oeste do Rio, na manhã desta quinta-feira, 7. Por causa do ataque na capital fluminense, o governador Sérgio Cabral decretou luto de sete dias no Estado. A medida foi anunciada após Cabral comparecer à Escola Municipal Tasso Silveira. O governador afirmou em coletiva que professores, funcionários e os 400 alunos da instituição estão recebendo assistência psicológica.A Polícia Civil havia reduzido o número de mortos para 11 – sem o atirador -, após o IML informar que haviam 13 adolescentes vítimas do ataque. No meio da noite, no entanto, mais um menino faleceu. Ao todo são 10 meninas e dois garotos vítimas de Wellington Menezes de Oliveira. Outros 12 jovens foram baleados e estão internados – pelo menos três em estado grave (uma menina corre o risco de ficar paraplégica).Pelo menos quatro famílias já se dispuseram a fazer doação de tecidos das vítimas. O corpo do atirador também está no IML, mas nenhum parente apareceu ainda. A necropsia começou no início da noite.O clima no IML é de consternação. Waldir Nascimento, pai de Milena dos Santos Nascimento, aluna do 6º ano, deixou o prédio chorando, depois de reconhecer o corpo da filha. ‘Ela adorava a escola, não tinha faltado nenhum dia este ano’, contou Waldir, que tem mais duas filhas na escola. Ambas não sofreram nada. Ele disse que pretende retirá-las do colégio. Sobre a segurança da escola, ele afirmou que não culpa o Estado. ‘O que ele (o atirador) lá podia ter feito na Central do Brasil ou na praia. Não vou culpar o governo’.Suely Guedes, mãe de Jéssica Guedes Pereira, de 15 anos, já havia reconhecido a filha por foto no Hospital Albert Schweitzer, mas a família só confirmou a morte no IML. ‘O sonho dela era entrar na Marinha. Ela estava estudando para isso’, contou a mãe, acrescentando que será difícil conviver com a perda. ‘Olhar para as coisas dela e o quarto vai ser muito difícil.’Nádia Ribeiro, madrinha de Mariana Rocha de Sousa, de 13 anos, ficou sabendo da tragédia pela imprensa. Ela contou que o irmão de 9 anos da vítima, que estuda no 3º andar da escola, ouviu os tiros no 2º andar, onde ficava a sala da irmã. A professora mandou que a turma inteira se abaixasse. Segunda ela, uma vizinha, colega de Mariana, a viu no chão, já sendo transferida para a maca. ‘Ela era muito vaidosa, queria ser modelo e adorava fotografar. Era muito estudiosa’, descreveu Nádia.A família da estudante Ana Carolina Pacheco da Silva também esteve no IML em busca da menina, mas não a reconheceu entre os corpos. A irmã, Ana Paula, disse que ela estava desaparecida desde a manhã e que iria continuar procurando por ela pelos hospitais da cidade.Execução. Em entrevista nesta tarde, o deputado estadual Zaqueu Teixeira, presidente da Comissão de Segurança da Alerj, que esteve no local do crime, afirmou que as crianças foram acuadas pelo assassino, e depois executadas, com tiros disparados de cima para baixo.Na avaliação dele, o fato de a maior parte das vítimas ser menina não é uma casualidade. ‘Não tem como não ser proposital uma quantidade de meninas tão grande’, afirmou. Segundo Teixeira, o atirador teria utilizado um dispositivo para facilitar o carregamento do revólver. ‘No tempo que ele levaria para colocar uma munição, ele colocou seis.’ O deputado disse ainda que apesar de esse ter sido um fato incomum no País, é preciso buscar medidas preventivas.Veja a lista parcial de vítimas: – Ana Carolina Pacheco da Silva, de 13 anos – Bianca Rocha Tavares, de 13 anos– Géssica Guedes Pereira, sem identificação de idade– Karine Lorraine Chagas de Oliveira, de 14 anos– Larissa dos Santos Atanázio, sem identificação de idade– Laryssa Silva Martins, de 13 anos– Luiza Paula da Silveira, de 14 anos– Mariana Rocha de Sousa, de 12 anos– Milena dos Santos Nascimento, de 14 anos– Rafael Pereira da Silva, de 14 anos– Samira Pires Ribeiro, de 13 anos

Atualizado às 20h04

Fonte:O Estado de S.Paulo  

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