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Outubro, mês das missões

Nesse mês de outubro, na Igreja mais conhecido como “Mês das Missões” ou “Mês Missionário”, somos convidados a refletir se temos correspondido à vontade de Deus para a nossa vida. Deus nos quer missionários.

 Para os que abraçaram a fé, pelo sacramento do Batismo, o motivo dessa atividade missionária está na vontade de Deus, que ‘quer que todos os homens sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade’ (1 Tim. 2,4), (AG – Ad Gentes – 879). Esse chamado é mais do que um convite, é uma convocação, um dever a ser cumprido, na entrega total da vida em prol da realização da missão, a saber: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho mandado” (Mt. 28, 19-20).

No dia 1º de outubro celebra-se a festa de Santa Teresinha do Menino Jesus, Doutora da Igreja e Padroeira das Missões, mesmo sem ter saído do convento onde morou por toda a sua vida. Ela, num de seus escritos, nos deixou um precioso ensinamento a respeito do que move o coração humano a dar essa resposta à convocação feita por Deus para assumirmos a nossa missão, pessoal e comunitária, como Corpo de Cristo: Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja; que se o Amor se apagasse, os apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires recusar-se-iam a derramar o seu sangue… Compreendi que o Amor encerra todas as vocações, que o Amor é tudo, que abarca todos os tempos e lugares … numa palavra, que ele é eterno”.

Apenas inflamados por esse Amor de Deus poderemos transmitir aos nossos irmãos, aos nossos semelhantes aquilo que foi vivido, experienciado, testemunhado por nós mesmos, em nossa própria vida. Não basta simplesmente falar de Deus, é preciso que a nossa vida “fale”, “grite”, pois já dizia um homem sábio: que a tua vida não destrua o que contruístes com tuas palavras!”

Assumir uma missão é ter a coragem de sair do nosso comodismo, da nossa “zona de conforto”, do “nosso mundo”, do nosso canto, da nossa mesmice. É ter a coragem que teve o samaritano da parábola contada por Jesus, no Evangelho de São Lucas, capítulo décimo, versículos de 25 a 37 (Lc. 10, 25-37), pois o “meu próximo” não é apenas aquele que está perto de mim, mas aquele de quem eu me aproximo, a quem eu estendo a mão, para ajudar, para levantar, para devolver a dignidade de pessoa humana, de filho de Deus.

Trago no coração muitas expectativas com relação a uma missão que me foi confiada: passarei por volta de um mês em Moçambique, país do continente africano, situado na África Oriental. Arde o meu coração só de imaginar todas as experiências que viverei nesse tempo lá, as pessoas que vou encontrar, os desafios que vou enfrentar, as histórias de vidas que vou ouvir, a possibilidade de viver o Evangelho mais do que de apenas “falar” do Evangelho.

Tenho comigo que Deus está me levando para lá não apenas para falar de amor, mas para amar concretamente aquele povo e para ser amado por ele; abraçá-lo, beijá-lo; estar com ele, celebrar com ele, sorrir junto, chorar junto, acreditar, confiar, depender de Deus junto com ele; me fazer um, formar família, a grande família dos filhos e filhas de Deus. Isso vai além de lugares, de nacionalidade, de cor de pele, de idioma, de condição socioeconômica, cultural, de grau de estudo, de títulos, de cargos e encargos.

Cada dia mais, tenho aprendido com o meu pai-fundador, Monsenhor Jonas Abib, a ter um coração missionário, com o desejo ardente de falar de Deus em todos os continentes, em todas as línguas, de testemunhar o Seu infinito e imenso amor por todo gênero humano.

Partamos com fé e alegria para essa missão que Deus nos confia, seja ela perto ou longe, com “estranhos” ou conhecidos, no país ou fora dele, mas saiamos dos nossos lugares, das nossas “zonas de conforto”. Deus conta conosco.

Receberemos muito mais do que vamos dar; aprenderemos muito mais do que pretendemos ensinar. E ao voltarmos da missão, seja ela qual for, estaremos “diferentes”, mais maduros, mais abertos, mais conscientes, mais humanos… Pois o homem que volta nunca é o mesmo que partiu!” (autor desconhecido).

Que Deus abençoe a todos nós nesse mês missionário!

 

Para saber mais sobre como surgiu o mês missionário acesse www.revistamissoes.org.br

Geraldo Fiuza (@Geraldocn) é membro da Comunidade Canção Nova – blog.cancaonova.com/tempera

 

 

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