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Poços defende que segurança no trânsito seja matéria escolar

“Já passou da hora de colocar na grande curricular do ensino fundamental a disciplina trânsito”. O alerta, do capitão da Polícia Militar de Minas Gerais Edson Nogueira Benjamim, resume proposta que foi consenso entre autoridades no dia 13 de junho, em Poços de Caldas (Sul de Minas), durante a abertura do Ciclo de Debates Siga Vivo: pelo fim da violência no trânsito da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O excesso de velocidade, o aumento da frota e falhas estruturais em trechos da malha rodoviária foram apontados como as maiores causas da violência no trânsito na região.

Abordando o trânsito no meio urbano, o capitão Edison Nogueira, que chefia a Seção de Planejamento Operacional do 29º Batalhão de Trânsito da PMMG, disse que em Poços de Caldas foram registradas, em 2000, 27 mortes por acidentes de trânsito na cidade, com uma média diária de 5,22 acidentes. Em 2011, a média de acidentes cresceu para quase seis por dia e o número de vítimas caiu para 22.  Ainda assim, ele alertou que a violência no trânsito é um problema crônico. “A maior multa que o condutor pode sofrer é a morte. E nem isso intimida o motorista a acelerar a velocidade e outras imprudências. Temos um desafio enorme”, advertiu ao defender ações de educação inseridas na escola, desde a infância.

Segundo o chefe da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal em Pouso Alegre, inspetor Emerson João Soares, prova de que a imprudência é causa importante da violência no trânsito é o fato de duas rodovias em excelentes condições de tráfego, duplicadas e com pedágios, ainda protagonizarem alta incidência de acidentes, entre outros, por excesso de velocidade. É o caso das BRs 381 e 459, respectivamente, nos 200 e 150 quilômetros sob a fiscalização de sua delegacia. Apesar das condições favoráveis, só perdem em acidentes com vítimas fatais para a delegacia que responde pela Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo ele, a média anual é de 80 mortos por ano nos dois trechos.

Ele informou que foram instalados oito radares na BR-459, equipamentos que serão instalados também na BR-381. Mas ele advertiu que, sem conscientização, essas medidas não terão efeito e defendeu que a segurança no trânsito seja matéria escolar obrigatória. O policial citou, entre ações desenvolvidas pela PF na região, palestras em colégios e centros de formação de condutores, operações como Lei Seca, Duas Rodas e Racha e a realização de comandos médicos e educativos voltados para públicos como motoristas de feriados e caminhoneiros.

Também nos 1.500 km de rodovias federais e estaduais sob a área de atuação da 18ª Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito da Polícia Militar de Minas Gerais, a imprudência tem contribuído para grande parte dos acidentes. Conforme apontou o comandante da unidade, major PM Sandro Wesley, grande parte dos acidentes com vítimas fatais deve-se a colisões frontais, tipo de acidente geralmente provocado por imprudências, como ultrapassagens forçadas ou feitas em local proibido ou direção na contramão.

Há também causas como falhas estruturais ou de engenharia, apontou o comandante, ao frisar que a 18ª Companhia tem atuado na identificação de pontos críticos, buscando junto a outros órgãos competentes a correção necessária, a exemplo de terceira faixa aberta em trecho da BR-050. Entre pontos ainda críticos, ele citou o trecho conhecido na região como curva da Conceição, no município de Campos Gerais, em que a estrada, não duplicada, é margeada por um brejo e uma lagoa, sendo cenário de sucessivos acidentes com vítimas fatais. “Essa curva tem que ser retirada e se não for, que sejam colocados radares no trecho”, defendeu.

 

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