Edição impressaConfira a última edição impressa

Possível cura para bebês nascidos com HIV é estudada

A possível cura para recém-nascidos infectados com o vírus HIV já começa a ser estudada. Após a repercussão do caso de uma menina recém-nascida dos Estados Unidos que foi curada do vírus após receber medicamentos, a medicina inicia uma série de estudos para prolongar e melhorar a vida de crianças infectadas pelo vírus HIV.

 

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), há mais de 3 milhões de crianças vivendo com vírus da AIDS. E, pelo menos 25 milhões de pessoas no mundo morreram vítimas da AIDS desde o seu descobrimento, nos anos 80. O número elevado não se dá apenas às novas contaminações que acontecem ano a ano, mas está relacionado ao prolongamento cada vez maior da vida de pessoas contaminadas, graças aos avanços nos tratamentos contra a doença.

 

“Se esses estudos comprovarem a eficácia deste método com outros bebês, os rumos da medicina serão transformados e o tratamento de recém-nascidos infectados em todo o mundo sofrerá grandes mudanças. Mas, de qualquer forma, a profilaxia das mães soropositivas antes do parto é a melhor forma de prevenir a contaminação do bebê” – alerta Dr. Roberto Muller, pediatra geneticista.

 

Quando a bebê de Mississipi nasceu, a mãe tinha acabado de receber o resultado positivo para o teste de HIV. Como ela não havia feito nenhuma profilaxia durante a gestação, eram grandes as chances de a criança estar infectada. Com apenas 30 horas de vida, por conta do alto risco de infecção, a recém-nascida recebeu uma combinação de drogas antirretrovirais. A criança, hoje com dois anos e meio, está há aproximadamente um ano sem tomar medicamentos e não apresenta sinais do vírus. O que aponta grande avanço na medicina e traz esperança de erradicação da Aids infantil em todo o mundo.

 

“Em gravidezes mais típicas, quando uma mãe infectada com HIV recebe drogas para reduzir o risco de transmissão para a criança, o bebê só recebe uma única droga para reduzir este risco. No caso da menina do Mississippi, havia o entendimento de que ela estava sob risco extremo de contrair o vírus da mãe, e que por isso o tratamento completo começou assim que ela nasceu – em vez de doses preventivas mais baixas, até que exames esclarecessem a situação” – conclui.

 

Ainda de acordo com Dr. Roberto e alguns pesquisadores, a ausência de um diagnóstico mais preciso abre a possibilidade de que crianças sejam expostas a um tratamento prematuro com drogas muito tóxicas, mesmo que não tenham chegado a ser contaminadas. Os estudos serão iniciados ainda no mês de março, com pesquisadores de todo o mundo.

 

Sobre o Dr. Roberto Muller

Com 31 anos de dedicação na carreira na área da saúde, o médico possui especialização em pediatria e genética médica pela Escola Paulista de Medicina, com atuação ativa em pesquisas e estudos sobre a prevenção de malformações fetais e doenças congênitas, tornando-o referência abordar o assunto. O especialista possui também, mestrado pela Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, possui ampla expertise em biologia molecular avançada para cuidar de casos de doenças genéticas frequentes, além das que causam a deficiência mental; diagnóstico de crianças malformadas; avaliação das causas genéticas e aloimunização para casos específicos de infertilidade; e aconselhamento genético aos casais de alto risco.  O médico utiliza ainda um tratamento diferenciado para os casais que sonham ter filhos, mas que correm o risco de gerar crianças com possíveis alterações genéticas.

 

Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado.