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Psoríase: assuma, sem vergonha

Aceitar a doença pode contribuir para melhorar o controle da enfermidade e a qualidade de vida do paciente, além de ajudar na luta contra o preconceito

 

Não importa se está calor ou frio, o traje é sempre o mesmo: calça comprida e blusa de manga longa. Este é um costume de muitos pacientes que sofrem o preconceito por conta da psoríase – doença inflamatória que afeta a pele, provocando placas avermelhadas, manchas e descamação, podendo atingir também as articulações. De fato, 63% dos pacientes entrevistados no levantamento Convivendo com a Psoríase feitoem São Paulo pela equipe do dermatologista Cid Sabbag, diretor do Centro Brasileiro de Estudos em Psoríase, e com apoio da Pfizer, dizem que a doença os fazem abandonar atividades ou hábitos como frequentar praias e piscinas; vestir bermudas, saias, decotes; praticar esportes e até mesmo ir a festas, teatros ou realizar passeios.

 

“Costumo dizer que se a psoríase não tem cura, o preconceito tem”, afirma Sabbag. Para diminuir essa intolerância, o dermatologista defende a conscientização da população de que a doença não é contagiosa, além de reforçar aos pacientes que é possível controlar a psoríase. “Os tratamentos evoluíram muito, tornando-se mais eficazes e seguros, mas o desconhecimento da população brasileira impede muitos de procurarem um dermatologista para confirmar o diagnóstico”, diz.

 

Muitas vezes as lesões de psoríase podem ser semelhantes a outras doenças da pele, com acometimento das unhas e descamação do couro cabeludo. Por isso, às vezes acabam sendo tratadas inadequadamente, com medicamentos tópicos para micose ou shampoos anticaspa, por exemplo. A dor articular em pacientes com psoríase pode ser uma manifestação da artrite psoriásica – quando há acomentimento das articulações e nas formas mais avançadas, leva à destruição articular com deformidades.

 

Isso tudo poderia ser evitado com o diagnóstico correto e tratamento individualizado, já que atualmente o médico pode optar por diferentes medicamentos, dependendo do perfil do paciente e gravidade da doença, assim como da presença ou não de artrite. Os tratamentos podem ser tópicos, fototerapia, medicamentos sistêmicos tradicionais e medicamentos biológicos, como o etanercepte – que age ligando-se a uma proteína que estimula a inflamação e bloqueia sua atividade, reduzindo os sintomas da psoríase.

 

É importante lembrar ainda que em vez de se esconder em roupas, as pessoas deveriam aumentar a exposição ao sol, que costuma ser muito benéfica para vários pacientes com psoríase. “Aqui no Brasil temos sol o ano inteiro. Mesmo no inverno, há raios ultravioletas suficientes para contribuir com o tratamento do paciente”, ressalta o especialista. Sem o cuidado adequado, as lesões passam a aumentar e a causar ainda mais impacto na rotina, como mostra o quadro abaixo.

 

Impacto da Psoríase

  • 71% dos pacientes relatam que a psoríase é um problema importante do cotidiano
  • 58% revelam que a doença causa muita vergonha
  • 41% consideram a psoríase desfigurante
  • 48% contam que a psoríase faz com que se sintam desconfortáveis em público
 
 
 

 

Fonte: National Psoriasis Foundation, agência americana voluntária de saúde, sem fins lucrativos. Levantamento realizado em 2008, por telefone e internet, com 426 pacientes com psoríase a artrite psoriásica

 

Nos relacionamentos, a psoríase também pode ser uma grande barreira, de acordo com o levantamento Convivendo com a Psoríase.

 

Psoríase versus relacionamentos

  • 20% dos pacientes com psoríase têm um pouco de dificuldade em namorar, enquanto 8% admitem ter muita ou muitíssima dificuldade
  • 29% já evitaram situações íntimas com o(a) companheiro(a) devido à doença
  • 48% sentem-se fisicamente pouco atraentes ou sexualmente indesejáveis quando a doença está em uma fase mais crítica
  • 15% acreditam que antes da psoríase recebiam mais carinho e eram mais tocados pelas pessoas
 
 
 

 

Fonte: levantamento Convivendo com a Psoríase, realizado com coordenação do dermatologista Cid Sabbag e apoio da Pfizer, ao longo de 2009 e 2010, por meio de questionários entregues e preenchidos por 1.098 pacientes que passaram por consultório particular (Clínica Sabbag), hospital público (Hospital Ipiranga) e pela Câmara Municipal de São Paulo, durante o Encontro Municipal de Psoríase (8ª e 9ª edições, organizado pelo Centro Brasileiro de Estudos em Psoríase).

 

Além do impacto no cotidiano, é importante lembrar que psoríase pode estar associada a outras enfermidades, sendo a principal delas a síndrome metabólica – caracterizada pela obesidade abdominal, hipertensão arterial, intolerância à glicose, níveis elevados de triglicérides no sangue e diminuição do HDL (bom colesterol). A inflamação crônica a que pacientes com psoríase estão submetidos afeta não só a pele, mas também órgãos internos e a parede dos vasos sanguíneos. Com a inflamação, o metabolismo das gorduras (colesterol e triglicérides) e do açúcar (glicose) do corpo humano pode ser alterado, levando ao acúmulo de gordura, diabetes e depósito de placas de gordura nas artérias: fatores que aumentam o risco de doenças cardiovasculares como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral.

 

“A doença é sistêmica e deve ser tratada com seriedade não só pelo impacto emocional que causa, mas pelas outras complicações que pode trazer à saúde do paciente”, alerta Sabbag. Para isso, dar o primeiro passo é fundamental: aceitar a psoríase e procurar orientação de um profissional. “Geralmente, o paciente se consulta com mais de um médico para se tratar. Mesmo assim, ele não deve desistir de encontrar o dermatologista em que sinta mais confiança e que consiga adequar o tratamento ao seu caso”, ressalta. Ele indica ainda grupos de apoio a pacientes, pois a troca de informações e o contato com pessoas com casos até mais graves da doença pode servir como uma boa lição e como um grande incentivo para aceitar a psoríase.

 

Sobre psoríase

Psoríase é uma doença de pele que causa lesões vermelhas e descamativas. Elas surgem devido a um processo inflamatório que acelera o ciclo de renovação da pele, fazendo com que as células não tenham tempo suficiente para se diferenciar, sendo eliminadas mais rapidamente que o normal. Fatores ambientais e hereditariedade podem estar relacionados ao aparecimento da doença, já que em cerca de 30% dos casos, existem outros portadores de psoríase na família. Apesar de não ser contagiosa, o preconceito é uma das principais consequências desta enfermidade, muitas vezes confundida com alergias ou micoses, fazendo com que os pacientes se isolem para evitar situações constrangedoras no local de trabalho, de lazer ou esporte.

 

 

Pfizer

Ao completar 60 anos de atuação no Brasil em 2012, a Pfizer reforça seu comprometimento com a saúde e o bem-estar das pessoas, trabalhando para ampliar cada vez mais o alcance de pacientes a tratamentos de qualidade, seguros e eficazes. Para isso, a companhia investe em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças importantes e para necessidades médicas não atendidas, além de estabelecer parcerias para possibilitar ampliação do alcance de seus tratamentos à população, por meio de medicamentos genéricos e produtos maduros. Hoje, a Pfizer oferece grande diversidade de opções terapêuticas que abrangem áreas como saúde da mulher, prevenção de enfermidades em crianças e adultos, infecções, dor, doenças autoimunes, câncer, Alzheimer, entre outras. A empresa também valoriza o apoio à comunidade e oferece suporte a projetos sociais no País relacionados a saúde, educação e sustentabilidade. No mundo, a história da Pfizer começou em 1849 com a produção de insumos para medicamentos nos Estados Unidos (Nova York) e se expandiu para mais de 150 países. No Brasil, a Pfizer está dividida em três áreas: Farmacêutica (produtos de prescrição para Saúde Humana), Consumer Healthcare (medicamentos isentos de prescrição) e Saúde Animal.

 

 
 

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