Saúde da pele: 10 questões sobre Melanoma
Ele responde por 4% dos tumores cutâneo e, apesar da baixa incidência, é o mais letal
O melanoma é o mais agressivo e mortal dos tumores de pele, pois tem grande capacidade de metástase e pode espalhar-se, rapidamente, para outros órgãos do corpo. O melanoma se origina a partir dos melanócitos, células produtoras de melanina, pigmento que confere cor à pele. Mais comum em adultos de pele clara, a neoplasia pode manifestar-se mesmo em áreas do corpo não expostas ao sol ou em lesões pigmentadas pré-existentes.
A maioria dos melanomas é do tipo extensivo superficial, manchas com cores diferentes (heterocromia), bordas irregulares, tamanhos e formatos diversos, mais comuns nos membros inferiores no sexo feminino e no tronco, no sexo masculino. A doença tem esta apresentação pois a disseminação é horizontal e geralmente se origina de nevos pré-existentes, diferente da forma nodular que são lesões sobrelevadas enegrecidas, que surgem sem pintas ou manchas anteriores.
Devemos ficar atentos a manchas acastanhadas ou enegrecidas que surjam nas extremidades, como mãos, pés e subungueais, predominantemente em negros e orientais. Todas estas formas são mais comuns em adultos jovens, em idosos que se expuseram muito ao sol, principalmente na face.
De evolução lenta temos o melanoma lentigo maligno. Existe a apresentação sem pigmentação, os melanomas amelanóticos, que não devem ser esquecidos e por esta dificuldade diagnóstica, muitas vezes são descobertos tardiamente. Além dos aspectos clínicos, a dermatoscopia pode nos auxiliar na suspeita e diferenciação do melanoma de outros diagnósticos.
Entre os principais fatores podemos destacar:
· pele clara e sensível ao sol, que se queima com facilidade;
· cabelos loiros ou ruivos, olhos azuis ou verdes;
· existência de muitas pintas espalhadas pelo corpo (100 ou mais);
· pintas com formatos incomuns ou irregulares, geralmente em tamanho maior;
· histórico de exposição excessiva ao sol ou utilização de bronzeamento artificial;
· existência de casos de melanoma na família;
· ocorrência prévia de melanoma e ter 50 anos ou mais.
Felizmente não existem os melanomas “de novo” ou desde o inicio já são melanomas, e existem aqueles que se originam de nevos melanocíticos, principalmente os nevos atípicos.
4. Quais os sintomas de um melanoma? Como diagnosticar?
A exposição excessiva à radiação ultravioleta, ao ar livre ou em câmaras de bronzeamento, e qualquer histórico de queimaduras solares têm papel importante no desenvolvimento do melanoma, principalmente em pessoas de pele clara. Entretanto, nem todos os melanomas são decorrentes da radiação UV. Embora a maior parte desenvolva-se em áreas expostas do corpo, alguns casos da neoplasia podem ocorrer em regiões “cobertas”.
O melanoma é menos frequente que outros tumores cutâneos, representando apenas 4% dos casos. O fundamental é o diagnóstico precoce, pois os melanomas quando diagnosticados tardiamente apresentam altos índices de metástases, tanto linfonodal quanto por via hematogênica.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a incidência prevista para 2010 é de 5.240 casos da neoplasia em homens e 2.970 casos em mulheres.
O tratamento varia conforme as condições de saúde do paciente, localização, agressividade e extensão do tumor. O tratamento de escolha ainda é a cirurgia, e podem ser empregadas as seguintes técnicas:
§ Cirurgia excisional: exerese total do tumor com margens cirúrgicas de segurança, segundo protocolos internacionais orientados pela espessura de Breslow; em certas circunstâncias pode ser indicada a amputação de um dedo do pé ou da mão;
§ Alguns cirurgiões preconizam a Cirurgia Micrográfica, em que se retira o tumor e, em seguida, remove uma fina camada de tecido das margens laterais e profundas, que serão submetidas a um exame. O paciente aguarda enquanto estes fragmentos são processados por exame de congelação e examinados ao microscópio. Se houver alguma margem comprometida, é feita uma nova retirada de tecido das margens, até que todas elas estejam negativas. É um procedimento indicado para lesões recidivantes, ou seja, que foram tratadas e retornaram;
§ Discute-se a indicação da pesquisa do linfonodo sentinela e, se houver o comprometimento linfonodal, faz-se a linfadenectomia.
Dependendo do estágio do câncer, a quimioterapia, radioterapia e imunoterapia são outras modalidades terapêuticas que podem ser empregadas. Nos casos em que há metástases, a neoplasia não tem cura na maioria das vezes, mas existem diversas estratégias que permitem melhorar a qualidade de vida do paciente.
Existe a possibilidade de um mesmo individuo, devido aos seus fatores de risco, vir a desenvolver um novo melanoma, e há a possibilidade de recidiva ou de metástases. Por esta razão é de fundamental importância o acompanhamento do paciente por anos, com consultas regulares e solicitação de exames complementares, tais como DHL, radiografia do tórax, ultrassom abdominal e outros, a depender do estádio deste paciente. Orientações sobre o auto-exame da pele e fotoproteção são indispensáveis.