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Tributo a João Bertolaccini

João do Amadeu

O Senhor é minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?… Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que eu possa morar em sua casa, todos os dias da minha vida!… Eu creio que verei a bondade do Senhor na terra dos viventes!… (Sl 27,1-4-13)
A vida do cristão tem sentido, rumo e direção. Ele conhece sua origem e sabe para onde caminha. Guarda em seu coração a certeza da eternidade, porque confia na Palavra de Deus, revelada por Jesus:
“Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente… (Jo, 10, 25-26)”
Diante dessa revelação, temos convicção absoluta de que apenas o corpo material se decompõe, porquanto o nosso espírito é dotado de imortalidade. A vida continua no céu, lá onde Jesus (Homem-Deus-Pai) com Maria, sua Mãe e Mulher predestinada, se encontram à nossa espera, filhos adotivos que somos. Assim, diante desta realidade, não há razões para qualquer receio de nossa parte.
Na madrugada do dia 26 de janeiro, Borda da Mata se entristeceu com a notícia do falecimento do amigo João Bertolaccini. A cidade, de luto, lamentou a perda de um dos seus mais ilustres filhos. João deixou fecundo legado, não somente pelo trabalho de vários anos em seu antigo estabelecimento comercial, na Praça Nossa Senhora do Carmo, mas também por seu exemplo de cidadão honrado e testemunhos de dignidade na vida familiar, comunitária, política, religiosa e cultural.
Filho dos saudosos Amadeu Bertolaccini e Elvira Rena Bertolaccini, nasceu em Borda da Mata, em 08 de dezembro de 1930. Era o segundo filho do casal, tendo como irmãos: Nice e Amadeu Júnior (Dedei), já falecidos, e Maria Dalva, casada com José Cesário dos Santos Filho.
Iniciou seus estudos primários no Colégio Nossa Senhora do Carmo, então sob direção das Irmãs Ursulinas; depois, o curso ginasial no Colégio São José de Pouso Alegre; mais tarde transferiu-se para o Colégio Salesiano de Campinas e, finalmente, fez o colegial no Colégio Arnaldo de Belo Horizonte.
Em 20 de abril de 1955, João casou-se com a professora Maria Aparecida Costa Bertolaccini, de cuja união nasceram os filhos João Júnior, engenheiro civil, casado com Telma Visconti Silveira; Jaime, médico, casado com Maria Tereza Goulart Anchieta e Maria Rita, advogada e professora. Anos depois, a alegria da chegada dos netos Hugo e Yara (de João Jr.); Ítalo e Jamile (de Jaime).
Católico militante, sempre foi colaborador, estudioso das coisas sacras e membro atuante da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo. Amigo pessoal do nosso querido Monsenhor Cintra, foi baluarte na construção da Basílica. Também, ao lado do Sr. João de Rezende Costa, que doou o terreno, empenhou-se na empreitada da construção da Igreja consagrada à Santa Rita de Cássia. Depois, na década de 1970, foi festeiro de Nossa Senhora do Carmo, com grande entusiasmo e dedicação. Exerceu ainda por 09 (nove) anos o Ministério da Eucaristia, no paroquiato do estimado Padre Edson Oriolo.
João Bertolaccini era um apaixonado pela história de sua terra natal. Rebuscou os escritos de Monsenhor Cintra; as anotações do Livro do Tombo da Paróquia do Carmo e de outras; pesquisou jornais antigos de nossa cidade e da região; vasculhou museus, arquivos públicos municipais, enfim, um trabalho cuidadoso de garimpagem para colher dados históricos da sua cidade amada. Desta labuta cultural, resultou sua grande obra, “BORDA DA MATA E SUA HISTÓRIA”, que veio a público na festiva noite de 20 de dezembro de 2001, nos salões do Clube Literário e Recreativo. Inclusive, por honroso convite, fomos felizes testemunhas desse importante evento social e cultural. O livro, para orgulho dos seus familiares e conterrâneos, está devidamente registrado nos anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, sob nº 244.861 do livro 435, folha 21.
Na vida política, teve relevante atuação como chefe de gabinete na gestão do prefeito Luiz Carlos Cobra (1993/1996). Também, na segunda gestão do prefeito Francisco Martinho de Mello Júnior, a convite do Poder Legislativo bordamatense, foi eficiente colaborador na elaboração da Lei Orgânica Municipal atualmente em vigor.
Esta é a síntese de alguns aspectos da vida e do edificante trabalho de um cidadão que soube multiplicar os talentos que Deus lhe concedeu, a serviço de sua família e da sua cidade natal. Daí a razão desta homenagem sincera que lhe é tributada, expressando os sentimentos de pesar dos amigos à sua digna esposa, filhos, filha, netos, noras, irmã e demais parentes.
Que o Senhor, em quem acreditou fielmente, como caminho, luz e salvação, em sua Misericórdia, possa acolhê-lo em sua Casa, na convivência eterna do Amor e da Paz!

 

Borda da Mata, fevereiro de 2015.
Gustavo Dantas de Melo

 

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