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Vitórias que faltam para o título na copa dos resíduos sólidos

Terminada a Copa do Mundo, o Brasil enfrentará um de seus maiores desafios no decisivo campeonato da sustentabilidade: dia 2 de agosto, a Lei 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, completará quatro anos de vigência, desde a sua sanção em 2010. Na oportunidade, segundo estabelece, deveriam estar erradicados todos os lixões no País. No entanto, pelo menos metade dos 5.565 municípios sequer concluiu seus planos, descumprindo o prazo.

É muito importante acelerar o processo para recuperar esse atraso, considerando o significado da correta destinação dos resíduos sólidos para a qualidade da vida. Além disso, verificam-se avanços significativos nos serviços de limpeza pública e coleta, que precisam ser devidamente acompanhados na ponta da deposição final. Um exemplo dessa melhoria observa-se por ocasião da Copa do Mundo. Em todo o País, deverão ser geradas 15 mil toneladas adicionais de resíduos sólidos urbanos, incluindo o total inerente ao turismo, estádios e Fan Fests nas cidades-sede.

Felizmente, essa grande demanda extraordinária tem sido atendida com eficácia, como se observa em alguns casos pontuais. As partidas realizadas na arena Mané Garrincha, no Distrito Federal, resultaram em mais de 43 toneladas. As cidades em que se estima maior geração total são Brasília (1.827,66 toneladas), São Paulo (1.681,20), Rio de Janeiro (1.616,63) e Fortaleza (1.467,16).

A Vila Madalena, bairro da capital paulista que apresenta concentração de milhares de pessoas, incluindo torcedores estrangeiros, nos dias de jogo é recoberta de resíduos após as partidas. Porém, os serviços de limpeza e coleta têm restabelecido com agilidade a sua limpeza. Este caso específico de São Paulo é emblemático, pois na cidade já não existem lixões. Todo o rejeito tem sua disposição final em aterros sanitários, como define a Política Nacional de Resíduos Sólido

O município aprovou no início de 2014 seu Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que se encontra em execução e tem total aderência à Lei Federal de Saneamento Básico e às políticas nacionais da área; Mudanças do Clima; e Educação Ambiental. Dentre as medidas previstas, destacam-se: construção de aterros sanitários, estações de transbordo e ecopontos; expansão da coleta seletiva e de estações de triagem; e projetos- pilotos de compostagem doméstica.

Avanços tecnológicos disponibilizados pelas empresas concessionárias dos serviços de limpeza e coleta alinham a cidade ao que há de mais moderno. Incluem-se nisso equipamentos como uma estação de transbordo que opera à pressão negativa, garantindo o total tratamento do ar que vai para o entorno, e projetos-pilotos de coleta mecanizada subterrânea e de superfície, com os mesmos equipamentos utilizados em Barcelona, na Espanha. Recentemente, inaugurou-se a primeira Central Mecanizada de Triagem, que traz ao País a mais avançada tecnologia hoje disponível (alemã, francesa e espanhola) para otimizar a reciclagem.

É preciso disseminar esses avanços por todo o Brasil e agilizar a erradicação dos lixões, recuperando-se o tempo perdido. Tais providências garantirão uma grande vitória na área ambiental e melhoria das condições da vida nos centros urbanos. No tocante aos resíduos sólidos, já vencemos importantes e difíceis jogos. Agora, precisamos ganhar o campeonato!

                                              Ariovaldo Caodaglio*

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