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Comunidade celebra 150 anos da Igreja Presbiteriana Independente de Borda da Mata

Fundada em 23 de maio de 1869, IPI foi a primeira igreja protestante de Minas Gerais
e a quinta do Brasil. É considerada um dos marcos da religiosidade em Borda da Mata

A religiosidade tem uma marca profunda na história de Borda da Mata. Caminho de três rotas da fé, uma delas recém-criada, a cidade assenta na espiritualidade um de seus traços mais característicos. No dia 23 de maio, a comunidade celebrou um dos marcos da religiosidade local: o aniversário de 150 anos da Igreja Presbiteriana Independente (IPI) de Borda da Mata, que iniciou sua jornada por aqui antes mesmo da emancipação política do município.
As celebrações na igreja ocorreram nos dias 18 e 19 de maio, no centro de eventos da IPI. O culto teve participação do Presbitério São Paulo Minas, com pregação do reverendo Áurio Rodrigues Oliveira e do reverendo Assir Pereira. O prefeito André Marques também acompanhou as festividades.
História
Os primeiros passos da IPI em Borda da Mata foram dados em 23 de maio de 1869. Organizada pelo reverendo Robert Lenington nascia a primeira igreja evangélica protestante de Minas Gerais e a quinta do Brasil, ligando a cidade às raízes do protestantismo nacional.
A celebração inicial reuniu membros da família Gouveia e três de seus escravos. À época, 14 pessoas fizeram a profissão de fé e batismo e, na mesma data, seria celebrada a primeira santa ceia da comunidade religiosa.
Para chegar a esse ponto, porém, é preciso voltar ao ano de 1867. A primeira semente do protestantismo foi semeada em Borda da Mata durante a visita do reverendo José Manoel da Conceição, um ex-padre da cidade de Brotas (SP). Ele foi até o sítio de Antônio Joaquim Gouveia divulgar o evangelho. A pregação do religioso levou à conversão da família, uma das mais tradicionais da cidade, ao protestantismo que, a partir dali, passou a conquistar novos adeptos no município.
As primeiras celebrações ocorriam no sítio da família. Foram necessários oito anos para a construção do primeiro templo. Erguido no bairro Palma, na zona rural, era uma construção sem requinte, mas acolhedora aos fiéis. A primeira geração da comunidade religiosa contava com 40 membros professos e 64 crianças.
Até o início do século XX, a organização religiosa levava o nome de Primeira Igreja Evangélica de Borda da Mata. Foi em 1903, sob a influência do reverendo Alfredo Borges Teixeira que ela passou a ser chamada de Igreja Presbiteriana Independente. Pouco mais de uma década depois, em 1915, foi inaugurado o primeiro templo na cidade. Em pouco tempo, porém, ele ficou pequeno para abrigar as levas de novos membros que chegavam à igreja.
A meta de construir um novo templo, maior e com uma arquitetura mais arrojada, exigiu união. Para levantar fundos, a produção agropecuária dos membros era um trunfo. Bezerros, café, milho, ovos eram vendidos para ajudar na soma de recursos. Enquanto isso, as obras eram tocadas em esquema de mutirão. Até mesmo as crianças, sempre acompanhadas dos pais, davam uma força.

Com todo o empenho comunitário, em 23 de maio de 1957 foi inaugurado o templo atual, que fica na Rua Herculano Cobra, no centro de Borda da Mata.
A fé protestante tornou-se um dos símbolos da religiosidade local. Em 1999, o prefeito Dorival Carlos Borges sancionou a lei 1223, que decretou 23 de maio como “O dia do Presbiterianismo em Borda da Mata”.
Hoje e amanhã
O reverendo Benedito Amaro, mais conhecido na cidade como ‘pastor Benê’, é o atual líder religioso da IPI de Borda da Mata. Natural de Iguaraçu (PR), ele foi ordenado pastor aos 22 anos. Antes de desembarcar em Borda da Mata, ele cumpriu missões no Amazonas e Mato Grosso.
Seu destino se entrelaçaria com a cidade mineira em 1999. Em janeiro daquele ano, ele recebeu uma ligação do presidente do Presbitério Minas São Paulo. Sua nova missão: liderar a IPI de Borda da Mata.
Desde então, se dedica à comunidade religiosa que, para ele, tem um papel social transformador: “O maior benefício que podemos trazer para a sociedade é a recuperação do ser humano, da sua dignidade”, atributos que ele, acredita, podem ser alcançados por meio da fé.
Segundo o reverendo, em meio a tempos confusos, a igreja tem um papel de repassar aos fiéis a responsabilidade de ser um cristão. “Nós que somos cristãos, temos que viver com responsabilidade este nome e trabalhar por uma sociedade melhor, mais temente a Deus”, propõe.
O religioso conta que o Centro de Eventos que abrigou a celebração dos 150 anos da IPI, acaba de ser concluído, mais um feito da comunidade presbiteriana, que ao longo de um século e meio constrói sua obra de fé.

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