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Consequências da publicidade infantil podem ser combatidas com educação financeira

O tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano foi “Publicidade infantil em questão no Brasil”. Há diversas opiniões sobre o assunto, algumas até bastante extremistas, no entanto, quero aqui falar sobre como esta questão conversa diretamente com outra muito relevante: a educação financeira, especialmente das crianças.

Nós mesmos não recebemos orientações de como administrar e utilizar os recursos financeiros que ganharíamos ao longo de nossas vidas, isso porque nossos pais e avós também não aprenderam e não puderam transmitir esse conhecimento. Ou seja, educação financeira não é algo cultural, então, crescemos sem entender um princípio básico: poupar antes de gastar.

Se somarmos a isso a publicidade agressiva que vemos na mídia – principalmente na televisão –, temos uma ameaça muito séria às nossas crianças, que, por ainda não possuírem o discernimento necessário, acabam se tornando consumidoras compulsivas e impulsivas. Mas, com educação financeira, que trata a problemática pelo viés comportamental, é possível reverter esse quadro e, assim, formar uma geração de pessoas mais conscientes.

É claro que é importante impor limites nas publicidades, principalmente quando são voltadas ao público infantil, no entanto, o que muitas pessoas – especialmente os pais – não percebem é que acabam transferindo a responsabilidade às empresas, ao governo, a qualquer um, mas não enxerga que também não está cumprindo o seu papel na boa formação de seus filhos.

Qualquer educação começa em casa, e com a financeira não é diferente. As crianças se espelham nas atitudes dos pais, então, se eles tiverem o hábito de se planejar, não gastar mais do que ganha, poupar dinheiro para realização de sonhos, buscar pagar à vista e não parcelar tudo no cartão de crédito, os pequenos terão uma base correta para poder seguir também nesse caminho.

A boa notícia é que a família não está sozinha nessa; mais de 1300 escolas espalhadas por todo o país entenderam a importância do assunto e adotaram um programa, incluindo em sua grade curricular a disciplina Educação Financeira, antecipando-se a projetos como a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), implementada pelo governo federal, com base na proposta de ensino de instituições financeiras nacionais e do Banco Mundial; e a Lei 171/09, que estabelece a obrigatoriedade da educação financeira em escolas públicas e privadas.

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