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Cai em 31,5% o número de casos de hanseníase

Estudo comprova que a detecção de novos casos reduziu em todas as regiões brasileiras nos últimos dez anos

 

 Em dez anos, o número de casos de hanseníase no Brasil caiu 31,5%. De acordo com estudo Saúde Brasil 2010, do Ministério da Saúde, a média anual de detecção de novos casos é de 4%, no período de2001 a2010. O melhor percentual de redução ocorreu na Região Sudeste, com 45,5%, onde quase todos os estados alcançaram a meta de eliminação da hanseníase enquanto problema de saúde pública. O estudo comprovou ainda que82,3% dos casos detectados de hanseníase foram curados em 2010.

 

(Confira gráficos e tabelas em www.saude.gov.br)

 

As conclusões fazem parte do Saúde Brasil 2010, que estão sendo apresentadas e discutidas durante a 11ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), que vai até a próxima quinta-feira (3), no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília (DF).  Todas as regiões do país apresentam redução de novos casos. No período de2001 a2010, a redução percentual na região Norte, foi de 42,1%; Centro-Oeste, 36,6%; Sul, 30,2%; e no Nordeste, 16,9%.

 

De acordo com o Saúde Brasil, a redução é justificada pela oferta de tratamento nas unidades públicas de saúde e, ainda, do esforço dos profissionais da rede básica e dos centros de referência. Outro fator que contribui para a diminuição do surgimento de novos casos é o crescimento econômico e as melhorias na área social ocorridos no Brasil nesta última década.

 

Em 2001, o coeficiente de detecção foi de 26,6, sendo que o maior pico foi verificado em 2003 com 29,4 por 100 mil habitantes, e dados de 2010, já mostram que o coeficiente geral de detecção está em 18,2 por 100 mil habitantes. “Estes dados vem apresentando queda, graças às políticas de saúde que o Brasil vem adotando. O fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica, a melhoria da assistência, a diminuição da pobreza, o aumento do diagnóstico, o apoio de programas como o Saúde da Família, além da qualidade da oferta de diagnóstico, reabilitação e tratamento poliquiomioterapico (PQT/OMS) e também a participação dos movimentos sociais ligados a hanseníase”, explica a coordenadora adjunta do Programa Nacional de Controle da Hanseníase  do Ministério da Saúde Magda Levantezi

 

ESTRATÉGIA – Em2005, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a estratégia global para 2006-2010, baseada na detecção precoce de casos e garantia de oferta de tratamento com poliquimioterapia (PQT), que consiste no tratamento da hanseníase composto por ingestão das drogas dapsona, clofazimina e rifampicina. Esta medida tem sido efetiva na diminuição dos casos da hanseníase em vários países, inclusive no Brasil.

 

O desafio agora para os próximos anos é eliminar ou, pelo menos, amenizar o estigma e a discriminação relacionados à doença. Dentro deste objetivo, o atendimento à população enfatiza a garantia da qualidade da assistência ao paciente, com foco na redução de pessoas acometidas pela doença.

 

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