Edição impressaConfira a última edição impressa

Cemig avalia eficácia de repovoamento de peixes

600 mil alevinos de espécies nativas serão soltos em rios mineiros até maio

Para avaliar a eficácia do repovoamento com espécies nativas de peixes, a Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig desenvolve pesquisas que ampliam o conhecimento sobre as práticas de piscicultura e a biologia das espécies, subsidiando as ações do Programa Peixe Vivo, criado para conservar a fauna de peixes nas bacias hidrográficas onde a Empresa tem usinas.

 

A temporada de peixamentos de 2012 da Cemig já estáem andamento. Atéo mês de maio, serão soltos mais de 600 mil alevinos de espécies nativas nas bacias dos rios Grande, Araguari, Paranaíba, Jequitinhonha e Pardo. Atualmente, a Empresa conta com três iniciativas que contribuem para que os peixes soltos nas bacias hidrográficas do Estado possam ser monitorados.

 

Uma delas é a criação do Centro de Excelência em Ictiologia de Volta Grande. Os recursos do projeto do Centro estão sendo investidos na melhoria e construção de instalações da Estação de Piscicultura de Volta Grande e no desenvolvimento de parcerias e convênios com universidades. O objetivo é transformar o local em referência nacional na gestão de recursos pesqueiros, desenvolvendo e transferindo tecnologia para concessionárias de energia e centros de pesquisa do País.

 

Perfis genéticos

Outra iniciativa é a criação de um banco de DNA para propiciar estudos genéticos do curimbatá (Prochilodus lineatus), espécie de peixe utilizada em programas de repovoamento da Cemig. Antes das solturas, serão determinados os perfis genéticos tanto dos reprodutores da Estação Ambiental de Volta Grande quanto dos alevinos liberados nos reservatórios de Jaguara e Volta Grande, por meio do uso de marcadores de DNA.

 

Periodicamente, a Empresa coletará peixes nos reservatórios onde ocorreram peixamentos e, comparando-se os seus perfis por meio da análise de DNA, será possível determinar, entre os curimbatás coletados nas represas, quantos são provenientes do repovoamento e quantos são de desovas ocorridas na natureza. Desta forma, será possível identificar a ocorrência ou não de reprodução e analisar os locais de soltura que trouxeram melhores resultados.

 

Esta metodologia está sendo utilizada por dois projetos em andamento dentro do âmbito do Programa Peixe Vivo. Um deles conta com investimento de R$ 2 milhões e é realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais. Além de marcadores moleculares, este projeto conta, ainda, com uma marcação física inédita no Brasil, já utilizada para estudos com salmões na América do Norte.

 

O outro projeto, realizado em parceria com a Universidade Federal de São João del-Rei, tem como foco as espécies de peixe que estão com população reduzida no reservatório da Usina Hidrelétrica de Itutinga, no rio Grande, como a piapara, a piracanjuba e o dourado. O projeto também contempla a criação de um painel de marcadores genéticos dos peixes produzidos na estação de piscicultura, que poderá ser utilizado pela Cemig em futuros estudos sobre a eficiência de peixamentos.

 

De acordo com o analista de meio ambiente do Programa Peixe Vivo, João de Magalhães Lopes, os estudos são fundamentais para a definição de estratégias mais coerentes para a mitigação de impactos ambientais causados à ictiofauna por usinas hidrelétricas. “A avaliação científica da eficiência do processo de repovoamento de peixes aliada a avaliações de parâmetros ambientais realizados nas bacias hidrográficas onde a Cemig possui barragens tornará possível a construção de planos de manejo específicos para cada uma das estações de piscicultura da Empresa. Esses planos deverão determinar indicadores ecológicos e genéticos que guiem as atividades de manejo e conservação da ictiofauna nativa, tornando o processo mensurável e passível de adequações e revisões ao longo do tempo”, explica.

 

 

Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado.