Edição impressaConfira a última edição impressa

Cemig e UFRRJ desenvolvem cabos supercondutores de energia

Reduzir as interrupções no fornecimento de energia elétrica, garantir a eficiência energética, diminuir a poluição visual nos grandes centros urbanos. Essas são as principais vantagens da utilização dos cabos supercondutores – CSCs, uma nova tecnologia a ser desenvolvida no Brasil pela Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig, em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ, as empresas Taesa e TBE, do Grupo Cemig, e a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista – CTEEP.

 

O projeto de Pesquisa e Desenvolvimento – P&D é pioneiro no País na aplicação da tecnologia de construção de cabos supercondutores de alta temperatura para sistemas elétricos e configura-se como um marco tecnológico. Conforme explica o engenheiro de tecnologia e normalização da Cemig Carlos Alexandre do Nascimento, um único CSC trifásico poderá despachar, no mínimo, três vezes mais potência que um cabo de energia convencional, possibilitando, por exemplo, a substituição de9 a12 cabos tradicionais por um único supercondutor.

 

Dessa forma, Carlos Alexandre destaca que os CSCs poderão reduzir o acúmulo de circuitos na rede, ocupar um espaço físico muito menor nos grandes centros urbanos e garantir a eficiência energética, principalmente, por meio da redução considerável da perda de energia. Além disso, a tecnologia vai possibilitar o aumento da capacidade de transmissão de energia e, graças à blindagem e à robustez do sistema, a diminuição do efeito de campo elétrico magnético e das interrupções no fornecimento, respectivamente.

 

Os cabos supercondutores encontram-se em fase pré-comercial nos EUA e China, por meio de protótipos que operam em redes de distribuição e linhas de transmissão, e passam por testes em laboratórios na União Europeia, no Japão e na Coreia do Sul. A versão mais utilizada são os cabos CSCs subterrâneos, embora a opção pela rede aérea possa ser mais viável economicamente.

 

“A tecnologia de supercondutores irá promover mudanças conceituais e melhoria operacional expressiva no setor elétrico nacional”, afirma Carlos Alexandre. “A previsão é de que o CSC seja utilizado em escala industrial ainda nesta década. Esse será um grande legado tecnológico para as futuras gerações do setor”, conclui.

 

Pesquisa e Desenvolvimento

A previsão de realização do projeto é de quatro anos, e o protótipo do cabo supercondutor será implementado em uma subestação de distribuição de energia de 69 kV, na área de concessão de Cemig. No total, serão investidos R$ 13 milhões no desenvolvimento da tecnologia.

 

O primeiro ano da pesquisa contempla a ampliação da infraestrutura dos laboratórios da UFRRJ; o segundo e o terceiro ano abordam o desenvolvimento do projeto e a montagem do protótipo; o quarto ano, por sua vez, a implementação do supercondutor em campo.

 

Segundo o Prof. Dr. Marcelo Neves, coordenador do projeto pela UFRRJ, todo esse processo irá garantir a redução do gap tecnológico do Brasil de cerca de 15 anos frente aos países que já dominam a tecnologia dos cabos supercondutores. “Nosso objetivo é obter o domínio nacional da tecnologia do CSC”, ressalta o professor.

 

 

Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado.