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FESTA DO CORPO DE DEUS

A solenidade de Corpus Christi é uma continuação da Quinta-feira Santa. É  uma possibilidade, que a nossa Igreja, propõe  de prestar uma devoção mais celebrada, o que não é possível no dia da instituição da Eucaristia. É o momento de uma adoração publica e festiva da Eucaristia. Aquilo que nós temos de mais sublime em nossa Igreja.

            A Festa do “Corpo de Deus” surgiu na Idade Média, fruto de uma necessidade muito presente: os fieis queriam ver a “Hóstia Consagrada” e valorizar a Eucaristia. Nesta época circulava uma falsa compreensão do mistério da Eucaristia. Muitos estavam divulgando a “Eucaristia como uma interpretação simbólica do Corpo de Cristo”.

            Foi então, que Dom Roberto, ao ser eleito Papa Urbano IV, em 1264, estabeleceu que a cada ano, na quinta-feira depois da Festa da Santíssima Trindade, em todo mundo se celebraria uma solene festa em honra ao Sacramento do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

            No Brasil, durante o período colonial, a festa tinha além do sentido religioso também um papel político já que a Igreja e o Estado estavam interligados pelo regime do padroado. Nesta época, as câmaras municipais determinavam à ornamentação de ruas, casas, e comércios por onde ia passar a procissão.

            Todas as classes sociais, principalmente os militares, os escravos e livres participavam da procissão que costumava terminar com a concentração em local publico, geralmente no largo da matriz, onde era dada a benção solene com o Santíssimo Sacramento.

            O auge da procissão de Corpus Christ deu-se durante o período barroco que a enriqueceu com suas características de pompa e detalhes suntuosos. É dessa época a profusão de cores e as expressões mais solenes tais como a riqueza dos ornamentos e objetos litúrgicos.

            Atualmente, apesar das dificuldades próprias do ambiente e do mundo urbano, a mobilidade e o fenômeno da urbanização, a  Festa do Corpo de Deus continua sendo uma das maiores manifestações religiosas e culturais do nosso povo.

            A procissão com Jesus Eucarístico é um testemunho de piedade, amor e fé em Cristo presente na Eucaristia.

            Em 1980, o Papa João Paulo II na sua Carta sobre “Eucaristia” escreveu sobre as diversas e variadas manifestações de culto a Jesus Eucarístico. Por exemplo: as visitas a Jesus Sacramentado, a Hora Santa, a Adoração Noturna, as procissões do Santíssimo Sacramento, os Congressos nacionais e internacionais em honra da Eucaristia. Mas,  “Nenhuma, porém, merece tanta atenção como a Solenidade de Corpus Christi, como ato de Culto publico em honra de Nosso Senhor presente na Eucaristia”. É uma explosão de fervor da Igreja.

            Com esta solenidade a Igreja quer ensinar que a Eucaristia é a presença real, verdadeira e substancial de Cristo. Real porque Jesus está verdadeiramente nas espécies eucarística; Verdadeira: corpo e sangue de Cristo está presente no sacramento graças ao Espírito Santo; Substancial: nela temos  as propriedades físicas e químicas de Jesus.

            A Eucaristia é o ponto mais alto da vida cristã. É o encontro entre Deus e os homens. É a comunicação das realidades humanas com a realidade divina.

            Como nos orienta a Igreja a Eucaristia é o memorial da morte e ressurreição do Senhor em que se perpetua pelos séculos o Sacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo. (c.f CDC 897).

            Vamos vivenciar  este momento importante da nossa fé.

                                        Côn. Edson Oriolo –

                          Cura da Catedral Metropolitana de Pouso Alegre

  

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