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Injeções intravítreas melhoram perspectivas do tratamento de degeneração macular

A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma das principais causas da perda de visão depois dos 50 anos, sendo classificada em dois tipos: não-exudativo ou seco (90%) e exudativo (10%). Na forma exudativa, vasos sanguíneos anormais se formam sob a mácula – pequena área central da retina que contém maior densidade de fotorreceptores e é responsável pela percepção de detalhes. A doença acomete quase 30% dos pacientes acima dos 75 anos. As novas injeções intravítreas utilizadas para tratar a DMRI, como Lucentis, Avastin e Macugen, representam nova esperança para esses pacientes.

 

“O principal do ganho das injeções intravítreas é a interrupção da perda de visão”, diz Renato Neves, médico oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos,em São Paulo. “Embora nem todo paciente recupere a visão perdida, só o fato de o tratamento interromper a progressão da doença e evitar que o paciente fique cego já é extremamente importante”.

 

O médico explica que, depois de dilatar a pupila e anestesiar o local, a injeção é aplicada diretamente no vítreo – camada gelatinosa localizada entre a retina e o cristalino, no fundo do olho. “O paciente não sente dor e o procedimento precisa ser repetido em intervalos regulares para que os efeitos sejam os melhores e durem mais”, diz Neves – enfatizando que as injeções têm aprovação do FDA e da ANVISA.

 

Embora os estudos realizados nos últimos cinco anos apontem para o sucesso das injeções intravítreas no tratamento da degeneração macular, o especialista diz que possíveis complicações, embora raras, incluem descolamento da retina, formação de catarata e problemas relacionados ao aumento ou redução da pressão intraocular. Dor, inflamação ou hemorragia são efeitos colaterais não muito comuns.

 

 

MAIS SOBRE A DMRI

 

De acordo com Renato Neves, a degeneração macular é causada por depósitos de restos celulares que formam as drusas, destroem os fotorreceptores e provocam proliferação anormal de vasos sanguíneos sob a retina. Como consequência, surgem cicatrizes que comprometem a visão central e a capacidade de distinguir cores.

 

A doença está estreitamente associada a fatores como predisposição genética, exposição aos raios ultravioleta, hipertensão, obesidade, ingestão de gorduras vegetais em excesso e dietas pobres em frutas, verduras e zinco. “Fumantes ativos e passivos também estão mais sujeitos a manifestar essa alteração. A incidência varia de acordo com a predisposição genética e aumenta com a idade”, diz Neves.

 

Na opinião do especialista, a perda visual costuma ser pouco perceptível. “À medida que a doença evolui, aparecem sintomas como visão borrada, pontos luminosos, manchas no centro da visão (escotomas), diminuição da sensibilidade aos contrastes de luz, dificuldade de adaptação ao escuro, linhas distorcidas e tortuosas, necessidade de iluminação mais intensa para ler. O exame de fundo de olho faz parte de um primeiro diagnóstico, podendo sugerir a degeneração macular, mas a confirmação depende de exames muito mais específicos, como a retinografia e a angiofluoresceinografia – que utiliza contrastes”.

 

Neves diz que o tratamento da DMRI exige mudanças fundamentais no estilo de vida. É importante diminuir o consumo de gorduras, manter peso saudável, controlar a pressão arterial e adotar dietas ricas em frutas, folhas verdes, grãos integrais, peixes, nozes, castanhas e amêndoas. Suplementos alimentares também são indicados. Já os fumantes precisam abandonar o cigarro, que torna duas vezes maior o risco de desenvolver a doença.

 

Fonte: Dr. Renato Neves, médico oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo – www.eyecare.com.br

 

 

 

 

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