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Lidereança, Obviedade e Simplicidade

Nos últimos anos muito se ouviu falar de modelos, novas formas de liderança, e exemplos de

Grandes Líderes, mas o que temos visto é o pensamento e a prática de modelos só do século

passado. Mesmo com todas essas informações encontramos nos dias de hoje organizações onde

ainda são utilizados modelos baseados nas leis de causa e efeito e nas proposições de dividir em

partes para entender o todo. A ciência moderna trata os fatos como se fossem mais uma rede de relacionamentos do que apenas

fenômenos isolados. O último acontecimento de uma infecção numa pequena cidade do México

pode criar uma crise de saúde mundial.A organização ainda é a mesma da hierarquia do exercito prussiano ou da Igreja, em forma de

pirâmide, totalmente hierarquizada, com pessoas alocadas em “caixinhas”, fragmentadas por

especialidades e que, muitas vezes, uma não sabe o que a outra faz (quando não competem ou

sonegam informação entre elas). Se não tiver um líder para dizer o que fazer será o caos, nada

acontecerá.PRESSUPOSTOS PERIGOSOS Com base no que mencionamos anteriormente, é importante considerar alguns pressupostos que

balizam o comportamento de algumas lideranças:Acreditam que as pessoas querem e precisam ser controladas. Precisam de um líder que

decida o que elas devem fazer (e realmente muitos agem assim).Acreditam que as coisas só acontecerão se tiver uma liderança forte para dar foco e direção,

que desenham as organizações, que dizem quais as funções que as pessoas devem exercer e

que precisam ser supervisionadas (até mesmo controlando o ponto!). Caso contrário nada se

produz.Para obter a adesão delas aos nossos planos é preciso recompensá-las, pois só atuam se

receberem prêmios. E prêmios em dinheiro que é a única coisa que as motiva.Outra “certeza” é que se dermos liberdade aos colaboradores eles não usarão em favor da

organização e sim para fazer nada.Não entendem porque não se comprometem com a organização, não vestem a camisa nem

dão o sangue por ela, e se alguém pagar um pouco mais nos deixam sem consideração

alguma.Apesar de muitas organizações ainda acreditarem nestas “verdades, muitas outras organizações

estão percebendo mudanças nos comportamentos e utilizando nova forma de ação, obtendo

melhores e mais duradouros resultados, maior participação de seus colaboradores e maior

retenção de talentos humanos”.Percebem que se as pessoas se orgulham do que fazem e se tiverem acesso livre às

informações e liberdade para criar, vão surpreender com resultados excepcionais. Ninguém

gosta de fazer alguma coisa mal feita, ninguém erra por gosto.A maior recompensa para estas pessoas elas é serem reconhecidas pelas suas lideranças e

poderem participar das decisões.Elas têm a tendência natural de se auto organizarem em torno de uma identidade, de um

significado maior que não seja apenas enriquecer rapidamente.Elas se agregam em torno de valores que foram desenvolvidas de forma participativa e não

valores retirados de programas acadêmicos de um recente mestrado em motivação.A maioria se organiza para trazer melhorias para o mundo.Estas organizações praticam o exercício da descentralização da autoridade sem perder

autoridade.Surpresa! Elas existem é qual é o segredo delas? Uma sequência simples de ações que motiva seus

colaboradores e leva a obtenção de resultados incomuns trabalhando com pessoas comuns.AÇÕES Propósito O ponto de partida é definir para que ela existe, qual é o propósito dela. As pessoas buscam sentido

para suas vidas. As organizações também, já que são formadas por pessoas e não somente por máquinas e edificações. Conectar com um propósito comum acessa uma enorme reserva de

criatividade, de energia, de comprometimento, que leva a uma contribuição espontânea.Pensam:como o mundo será melhor por nós trabalharmos juntos? Princípios Uma organização transformadora define seus princípios, seus valores fundamentais, valores que

presidem suas decisões e seus relacionamentos, internos e externos. O que não abrimos mão para manter nossa dignidade e respeito.Colaboradores Ela permite aos seus colaboradores acesso a todas as áreas da organização, aos recursos

necessários, e às informações que circulam livremente. Trata informação como alimento que nutre a todos e não como dinheiro que estocamos em nossa área. Não se fragmentam em “caixinhas”,

mantém uma unidade de propósito sabendo cada um qual sua contribuição para o todo maior.Aprendizado Estimulam seus colaboradores para ousarem nas suas atividades sem medo de errar e quando

acontece um erro, normalmente por nunca terem se defrontado com situação semelhante, tratam como aprendizado e divulgam a informação para que a situação não se repita.Ações práticas

As práticas emergem das ações onde, tendo os princípios definidos e sabendo O QUE fazer,cada um sabe com sua experiência sabe COMO fazer. Um operador de campo numa refinaria sabendo do

principio de considerar “a vida em primeiro lugar” não hesitará em fechar uma válvula com problemas, sem precisar pedir “autorização” ao supervisor, que pedirá ao gerente, etc.

Governança Com este espírito a governança é feita de forma natural. As pessoas ocupam cargo na hierarquia não por importância, mas por habilidade de tratar com coisas mais complexas e saber tomar

decisões, mesmo com pouca informação.Você que quer ter RESULTADOS crescentes e duradouros, trabalhando com pessoas comuns e obter

resultados incomuns? Você está se preparando para este novo mundo? Lembre-se sempre de que o

conhecimento pouco vale se não for “digerido” e, realmente, transformado em ações concretas.

 

 

 

José Augusto Neves,

Consultor Sênior do MVC,

Certificado pelo PMI (USA)

 

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