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Mais da metade da população brasileira não se prepara para a aposentadoria

aposentadoSegundo pesquisa recente do SPC Brasil, 57% dos brasileiros não planeja sua aposentadoria, sendo que 17% desses revelam que pretendem depender do INSS. Este é um número alarmante, que preocupa muito sobre como será o futuro dessa geração e reflete a falta de educação financeira da população como um todo.

Primeiramente, gostaria de falar um pouco sobre as mudanças na previdência social. A Medida Provisória – que já está em vigor – propõe uma nova fórmula de cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição, que funciona como um sistema de pontos, sendo uma alternativa ao fator previdenciário. Essa novidade muda a vida do beneficiário e, por isso, é importante que saibamos exatamente do que se trata e como agir para garantir uma aposentadoria sustentável.

Basicamente, até o final de 2016, a fórmula utilizada será a 85/95, ou seja, a idade da mulher somada ao tempo de contribuição deve resultar em 85 e, para o homem, essa conta deve dar 95, modelo que já tinha sido proposto anteriormente. No entanto, nessa nova MP, foi aplicada a regra da progressividade, para acompanhar o crescimento da expectativa de vida do brasileiro.

Isto quer dizer que, a partir de janeiro de 2017 até 2022, o número de pontos necessários para se aposentar aumentará gradativamente, chegando a 90 para as mulheres e 100 para os homens. Isso postergará o acesso ao benefício, evitando um déficit nas contas da Previdência. Vale lembrar que a aposentadoria por idade continua sendo a mesma (60 anos para a mulher e 65, para o homem), entretanto, nessa modalidade, o rendimento é de um salário mínimo.

A aposentadoria pelo INSS possui grande importância, principalmente, para os trabalhadores menos abastados, pois estes, em sua maioria, não tiveram orientação e nem condição para fazer uma previdência particular, o que faz com que esses ganhos sejam a única fonte de sobrevivência. Mas o fato é que depender dela sem se planejar paralelamente, com uma previdência privada, por exemplo, muito provavelmente, não garantirá uma aposentadoria tranquila, sem depender de terceiros ou ainda sem precisar trabalhar para se sustentar.

Sendo assim, para alguém que realmente quer se planejar para uma aposentadoria sustentável a questão vai muito além, sendo fundamental a educação financeira. A partir da qual se traçará uma estratégia na busca dos melhores investimentos. Assim, veja alguns passos para realizar um bom plano de aposentadoria.

· Descubra com qual padrão de vida você quer se aposentar. Aposentadoria segura não significa ser milionário, é preciso encontrar um percentual da renda que possa poupar. Se você deixar para poupar apenas a sobra, não terá um resultado satisfatório;
· Quanto mais cedo começar a poupar, mais agressiva pode ser a estratégia. Quem está na casa dos 20 anos, pode formar uma reserva de emergência que corresponda a 6 a 12 meses de salário e, a partir daí, investir todo o resto do dinheiro nesse sonho. Guardando R$ 300 por mês, em 30 anos, pode se ter cerca de R$ 1 milhão;
· Divida os objetivos e sonhos em três grupos de acordo com os prazos que pretende realizá-los, que deverão ser de curto, médio e longo prazos, e invista o dinheiro de acordo com esses objetivos;
· Como a atratividade de cada tipo de investimento varia com o tempo, aconselho o poupador a rever a estratégia adotada a cada quatro ou seis meses. Além de eventuais mudanças na conjuntura econômica, também podem surgir boas oportunidades;
· Para não ter sustos, o poupador deve acumular um capital que renda o dobro do que ele precisa. Vamos supor que você ganhe um salário de R$ 4 mil, tendo uma aposentadoria pública de R$ 2 mil. Se sua aposentadoria complementar lhe pagar apenas R$ 2 mil por mês, um dia, o dinheiro vai acabar. Mas, se os investimentos renderem R$ 4 mil, você saca metade e deixa a outra metade rendendo. Assim, o dinheiro se recapitaliza e se preserva.

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