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Remoção de seios sem câncer é feita apenas em casos de alto risco

Risco genético altíssimo pode levar à remoção de seios ainda saudáveis.
Cirurgia não é rara, mas indicação é ‘restrita e particularizada’, diz médico.
Remover o seio diante da ameaça de um câncer de mama mesmo que ainda não haja sintomas, como ocorreu com a britânica Sally Maguire, é uma prática razoavelmente comum na medicina, embora feita apenas em casos muito específicos, explica o médico mastologista Renato Torresan. Ela deve ser feita apenas em certos casos, quando há indicações “restritas e particularizadas”, esclarece ele.

“Essa cirurgia é indicada para mulheres que apresentam altíssimo risco genético, essa é a indicação formal”, diz o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Segundo o especialista, o histórico familiar é um indicador importante, mas não é o suficiente para que essa operação seja recomendada. Existem exames capazes de detectar a alteração genética que pode levar ao câncer. Quando a mulher tem esse perfil, a probabilidade de desenvolver tumores chega a 70%, o que justifica a intervenção.

Nesses casos, a cirurgia deve ser feita entre os 35 e os 40 anos de idade. Isso acontece porque, quando há esse perfil genético, a doença se manifesta pouco depois dos 40. Em geral, o pico da incidência desse câncer é entre 50 e 60 anos.

Além da carga genética, lesões consideradas precursoras de câncer também podem levar à operação. Essas patologias podem ser encontradas na mamografia e, por serem benignas, não são consideradas sintomas de câncer.

É importante destacar que a cirurgia nunca consegue remover toda a mama e, por isso, não elimina o risco de câncer: Ele cai em cerca de 90%. Dependendo da avaliação médica, o Sistema Único de Saúde oferece o tratamento. Contudo, em qualquer hipótese, a mulher não toma a decisão sozinha.

A avaliação médica que antecede o procedimento inclui psicólogos. Afinal, o seio é um símbolo de feminilidade e faz parte da relação que a mulher tem consigo mesma, com a família e com o marido. Sempre que a operação é feita, o seio é reconstruído, seja com silicone ou com técnicas alternativas.

Fonte: G1

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