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Negociação salarial da categoria de TI apresenta tímidos avanços e impasse continua

Proposta oferecida pelo sindicado patronal para reajuste é de 6,5%; PLR e VR começam a ser considerados

Na segunda rodada da negociação salarial dos trabalhadores de TI, os empresários melhoraram as propostas para a categoria, mas os índices ainda são considerados insuficientes pelo Sindicato dos Trabalhadores de TI (Sindpd) e o acordo não foi fechado. No encontro, que ocorreu nesta sexta-feira (18), o sindicato patronal ofereceu reajuste de 6,5% nos salários. O número já repõe a inflação que fechou o ano em 6,20% (INPC). Para chegar a um consenso, o Sindpd reduziu o índice pedido para 8,5%.

Outro ponto que começou a avançar na discussão é a ampliação de benefícios como vale-refeição (VR) e Participação em Lucros e Resultados (PLR). Os representantes dos empresários aceitaram aumentar em 10% o VR e torná-lo obrigatório para empresas com mais de 50 trabalhadores. Atualmente, a obrigatoriedade é para companhias com mais de 100 profissionais. Em relação à PLR, a proposta é de que as empresas também a partir de 50 funcionários sejam obrigadas a apresentar plano de pagamento do benefício.

Para o presidente do Sindpd, Antonio Neto, a negociação começou efetivamente, contudo os valores ainda precisam melhorar para que o acordo seja fechado. “Agora sim começamos a negociar. O índice de 6,5% repõe a inflação, mas ainda está abaixo do que esperamos. Este ano o setor teve nova desoneração [da folha de pagamento] de 2,5% do faturamento das empresas para 2% e nós sabemos que isso resultou em economia para as companhias. Precisamos aumentar esse reajuste e os benefícios. Quero a obrigatoriedade de apresentação de proposta de PLR e VR de R$15 diários, para companhias que possuam pelo menos 30 funcionários.”

Neto também reiterou que espera uma posição dos empresários em relação à cláusula que institui uma porcentagem de reembolso aos funcionários que façam cursos de qualificação. A licença-maternidade estendida foi mais uma exigência de discussão feita pelo dirigente para a próxima reunião, marcada para a próxima terça-feira.

“A licença-maternidade de 180 dias seria um passo fundamental para o setor que contempla tantas mulheres como o nosso. Elas são cerca de 40% dos trabalhadores no Estado. A categoria de TI já foi precursora na implantação de outros benefícios sociais importantes. Temos um cenário favorável para essa expansão. O governo já beneficia as empresas que aderem a esse tempo maior de licença. As mulheres merecem esse atendimento que é tão importante. Precisamos debater essa questão”, afirmou.

Outra reivindicação dos trabalhadores atendida pelo patronato foi a mudança de estabilidade para o empregado que estiver próximo de se aposentar. O tempo de serviço na mesma empresa necessário para a garantia de permanência no cargo passa de sete para seis anos.

 

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