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Aumento do limite do financiamento de imóvel: o que muda?

Imovel

Por falta de verba, a Caixa Econômica Federal havia decidido que só poderia ser financiado no máximo 50% do imóvel usado, no primeiro semestre do ano passado. Com a volta de recursos para a habitação, a instituição aumentou para 70% aos trabalhadores do setor privado e para 80% aos do setor público. A mudança entra em vigor a partir do final de março.

A medida vale para imóveis usados financiados dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). O real objetivo é aquecer o mercado imobiliário, que está em uma crise grande já há algum tempo. O próprio presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, informou recentemente que os lançamentos e as vendas de imóveis devem cair para patamar ainda menor ao longo deste ano.

Para o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, Reinaldo Domingos, a notícia é positiva, porém não tira a obrigação de um bom planejamento. “Antes de qualquer coisa, a pessoa que pensa em comprar sua casa própria precisa ter total ciência da sua vida financeira. É ótimo poder financiar a maior parte, mas é de extrema importância que não se deixe levar pela ansiedade e impulsividade. É preciso analisar minuciosamente as finanças, fazer simulações, etc.”.

Pode parecer óbvio, mas muita gente não tem o controle dos seus ganhos e gastos e não se programa para ver se realmente consegue honrar com um compromisso de alto valor e longo prazo como esse. Somente com esses números em mãos é que é possível avaliar se dá ou não para realizar essa aquisição.

Domingos ressalta que outro ponto que deve ser levado em consideração é a atual instabilidade política e econômica do país. “Estamos passando por um momento complicado; é preciso ter confiança extra nas finanças pessoais, estar bem estruturado, ter dinheiro poupado e segurança de que não perderá a renda – ou que, caso venha a perder, tenha reserva financeira para suportar esse contratempo e não comprometer seriamente o orçamento e os planos”.

Para quem já compreendeu essa situação e minimamente se programou para a realização desse sonho, pode ser sim uma boa ideia buscar um imóvel nesse momento. “A chave do negócio é ter cautela e buscar o máximo de informação possível, não apenas saber sobre a própria situação financeira – respeitando ao máximo o padrão de vida –, como também entender as taxas de juros praticadas no financiamento do SFH, por exemplo. Ter conhecimento geral é o que vai levar a tomar a melhor decisão”, explica o educador financeiro.

Para aqueles que não possuem dinheiro agora ou nem sequer estavam com planos de comprar um imóvel, não adianta querer adquirir um bem desse valor somente porque a situação parece estar favorável. “Não estamos falando de uma peça de roupa em promoção. O momento exige educação financeira, para agir com consciência e sustentabilidade. A melhor alternativa sempre é poupar antes e gastar depois”, finaliza.

Jéssika Lopes!!

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