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75% dos portadores de Alzheimer desconhecem a doença

O diagnóstico demora, em média, 3 anos. Apenas 20% dos pacientes diagnosticados aderem ao tratamento. Após os 65 anos, a chance de desenvolver Alzheimer duplica a cada cinco anos

Embora vista como natural e resultado do envelhecimento, a perda de memória após os 65 anos de idade deve ser levada a sério, pois pode ser um dos primeiros sinais da Doença de Alzheimer, o tipo mais comum de demência, que afeta 36 milhões de pessoas no mundo e cerca de 1,5 milhão de pessoas no Brasil. O Alzheimer, uma doença progressiva e degenerativa, causada pela deterioração das células do cérebro (neurônios), representa de 50 a70% das demências. A demência é considerada uma síndrome (grupo de sinais físicos e sintomas) que apresenta três características principais: esquecimento ou problemas de memória, alterações no comportamento (agitação, insônia, choro fácil) e perda de habilidades (dirigir, vestir-se, cozinhar).

Estima-se que o número de pacientes de Alzheimer no mundo dobrará em 20 anos, devido ao envelhecimento geral da população. Um relatório da ADI (Alzheimer’s Disease International), feito por especialistas do King’s College de Londres e do Karolinska Institutet da Suécia, revela que 75% dos portadores da DA não sabem que têm a doença e o diagnóstico da Doença de Alzheimer demora, em média, 3 anos. Além disso, Dos que recebem o diagnóstico, apenas 20% adere ao tratamento. Já em 2010, levantamento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), constatou que a demora no diagnóstico correto e no acesso aos remédios adequados dificulta o tratamento.

Segundo o médico Tíbor Rilho Perroco, psiquiatra e psicogeriatra, membro do Centro de Referênciaem Distúrbios Cognitivos(CEREDIC) e Programa Terceira Idade (PROTER) – HCFMUSP, na Doença de Alzheimer, os neurônios se degeneram e morrem. “Isso acontece lenta e progressivamente, em um processo que leva alguns anos, processo esse que se inicia muitos anos antes dos primeiros sintomas. Já se sabe que diversos neurotransmissores estão envolvidos nessa degeneração, o principal é a acetilcolina, mas existem outros como, por exemplo, o glutamato.”, explica o médico.

A Doença de Alzheimer (DA) se manifesta, primeiramente, na memória recente, aquela que armazena as informações mais novas. Na evolução, pode acometer a linguagem, a habilidade de encontrar palavras, dar nome a objetos, lembrar-se de nome de parentes. “O diagnóstico precoce, aliado ao tratamento medicamentoso e às terapias de apoio, é fundamental, não só para melhorar a qualidade de vida do paciente e do cuidador, como para diminuir a velocidade de progressão da doença, que ainda não tem cura, mas pode ser controlada”, explica Perroco.
“É importante que os cuidadores procurem médicos especialistas, como neurologistas, psiquiatras e geriatras, para realizarem o diagnóstico da doença de Alzheimer, assim que aparecerem os primeiros sintomas. Quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será a resposta aos medicamentos, logo mais lenta será a evolução da doença. Infelizmente isso não é uma realidade em nosso país, os familiares demoram a procurar um médico, achando que os esquecimentos são da idade, ou quando procuram os médicos não estão preparados para fazer um diagnóstico precoce”, esclarece o médico.

A DA tem basicamente três fases: a inicial, a moderada e a grave. Os sintomas mais frequentes na fase moderada a grave são as alterações no comportamento e a perda da memória, em um ritmo mais  acelerado. “Embora não haja cura para a doença, alguns medicamentos podem melhorar a agitação do paciente e também diminuir a velocidade de progressão dos sintomas cognitivos, pois agem como neuroprotetores. É caso de Alois, nome comercial da memantina, indicada na fase moderada a grave. A substância impede os efeitos de níveis patologicamente elevados de glutamato que podem levar à disfunção neuronal e evita que o neurônio fique exposto a um influxo excessivo de cálcio, um dos mecanismos responsáveis pela morte neuronal”, informa o especialista.

É importante também que os cuidadores, ou seja, as pessoas que fazem o manejo do paciente, busquem apoio em entidades como a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), que desde 1991 realiza um trabalho de suporte a pacientes e cuidadores, por meio de grupos de apoio, reuniões, eventos, materiais informativos, 0800, entre outros. “A Doença de Alzheimer não afeta apenas o paciente, mas toda a família e principalmente o cuidador. A ABRAz tem 21 regionais e mais de 90 grupos de apoio, com profissionais que podem fornecer orientação e suporte para lidar com a doença e suas consequências”, explica Fernanda Gouveia Paulino, presidente da ABRAz.

“Se você tem um parente idoso, pai, mãe, avós, tios, o importante é ficar atento aos primeiros sinais, a partir dos 65 anos de idade. Ao detectar alguma alteração, o ideal é levar a pessoa ao médico para realizar o diagnóstico o quanto antes”, conclui Fernanda.

SINAIS INICIAIS DA DOENÇA DE ALZHEIMER – fique atento!

– Perda da memória recente;

– Dificuldade de lembrar o nome de pessoas ou objetos;

– Dificuldade de expressão;- Apatia, depressão ou alterações no comportamento;

– Dificuldade de localização espacial e temporal.

Mais informações sobre Alzheimer: www.doencadealzheimer.com.br

Sobre a Apsen

Presente no Brasil há 43 anos, a Apsen é uma companhia farmacêutica 100% nacional, que pesquisa, desenvolve e disponibiliza medicamentos de excelência. A Apsen atua baseada em três importantes pilares: investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), investimento na gestão e desenvolvimento de seu capital humano, e investimento em tecnologia. A Apsen comercializa mais de 40 produtos voltados para as seguintes áreas terapêuticas: Neurologia, Psiquiatria, Urologia, Reumatologia, Ortopedia, Ginecologia, Geriatria, Otorrinolaringologia, Pediatria, Clínica Geral e Gastrenterologia. Mais de 65% das pesquisas da Apsen são voltadas para inovação e parcerias com universidade brasileiras. Localizada na zona sul da cidade de São Paulo, a Apsen possui um parque fabril e um moderno laboratório de pesquisa. Em seu pipeline, a companhia tem produtos diversificados, alguns provenientes da biodiversidade brasileira. A Apsen, que tem mais de 700 colaboradores, foi eleita “Uma das 150 melhores empresas do Brasil para se trabalhar” e “Uma das 50 melhores empresas do Brasil para a mulher trabalhar”. Em 2011, o faturamento da companhia foi de R$ 346 bilhões. Mais informações: www.apsen.com.br.

 

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