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Artista de Borda da Mata faz exposição em Pouso Alegre de suas obras com o tema: “A Luz como protagonista”

Artigas 2015O artista Adolfo Cabral Júnior, de Borda da Mata, fez esta exposição, na Galeria Artigas, em Pouso Alegre, no meses de agosto e setembro, segundo o tema: “A Luz como protagonista”. Mais importante do que os títulos das obras, mais importante do que as técnicas usadas é a luz a verdadeira motivação para o surgimento de uma imagem. A arte pictórica é a capacidade de se criar um diálogo entre a luz e sua contraparte, a sombra. A luz revela o mundo, revela a criação, revela o entendimento. Mas se em doses muito elevadas a luz esconde, ofusca e causa danos. É esse jogo da luz na medida certa e da sombra a fugir da luz que o artista explora e cria a imagem a ser observada. A Exposição traz pinturas e desenhos.
Esta exposição mostra como é possível deixar a luz falar por si mesma através de duas técnicas: a técnica impressionista e a técnica renascentista.
Dessa forma as pinturas são divididas em dois grupos:
a)Pinturas com técnica impressionista;
b)Pinturas com técnica renascentista.
Para quem entrava na sala da exposição as telas impressionistas estavam no lado direito, no lado esquerdo estavam as executadas segundo técnicas renascentistas.
Para o artista não há nenhuma contradição nessa forma de apresentação, pois a liberdade é o “ar” de qualquer artista. O artista é livre para usar as técnicas que desejar. Como admirador das obras dos grandes mestres do passado Adolfo valoriza as obras pré-impressionistas como as de Rembrandt, Caravaggio, Rubens etc…bem como as românticas (como por exemplo as de Delacroix), além das obras impressionistas.
“O importante é produzir imagens belas e que provoquem no observador momentos, por fugazes que sejam, de contemplação” diz ele.
As pinturas com carácter impressionistas foram executadas com tinta a óleo ou com tinta acrílica, alla prima, com espátula ou com pincéis. A técnica impressionista é excelente para captar a luz exterior nas paisagens. O uso de espátula ao invés dos pincéis obrigam o artista a sintetizar, a captar só o essencial, a produzir manchas de cor que reverberam com intensidade quando excitadas pela luz.
As pinturas com técnicas clássicas, com o uso de “underpainting” e veladuras, demoram mais tempo para serem executadas. O uso do “chiaroscuro” e do “sfumato” realçam as particularidades psicológicas dos serem humanos retratados e o sentido de volume e profundidade nas naturezas mortas. Foram usadas tinta a óleo e acrílica.
Quanto aos desenhos o artista levou os executados com a técnica Bico-de- pena .
Para o artista o desenho é sua “ pedra preciosa”. O desenho foi a primeira manifestação artística na vida de Adolfo. Ele desenha desde os quatro anos de idade. Desenha todos os dias mesmo que seja alguns “rabiscos”.
Desenhos a bico-de-pena
Adolfo diz que a arte do desenho é a base para qualquer bom pintor. Picasso, van Gogh, Portinari eram excelentes desenhistas. É triste ver na atualidade pintores realistas que apresentam telas de grande beleza cromática, mas com falhas lamentáveis de desenho, como figuras sem proporção entre si, figuras distorcidas, cabeças e animais ou muito pequenos ou muito grandes, falhas nas perspectivas linear ou na aérea, indefinição da linha do horizonte.
Antes de pintar é necessário desenhar, desenhar e desenhar…
Os desenhos expostos foram feitos com a técnica bico-de-pena. Junto com o carvão é a técnica mais antiga de desenho. O nome vem do uso de penas de aves para escrever e para desenhar.
Atualmente existem as penas metálicas industrializadas. Mas, pode-se usar outros tipos de penas feitas manualmente como as de bambu e de madeiras macias. Adolfo usou palitos de dente fixados em tubos de canetas esferográficas conforme sugestão da professora Ana Caroline Kasburg no You Tube.
A técnica bico-de-pena é simples pois faz uso de linhas hachuriadas. A “grossura” da linha é variável de acordo com a pressão da pena no papel, fraca pressão produz linhas finas, forte pressão produz linhas grossas. Os tons escuros são feitos com muitas linhas hachuriadas, os tons claros são feitos com poucas linhas hachuriadas. O jogo da pressão da pena sobre o papel e da quantidade de linhas hachuriadas produz desenhos maravilhosos. Cabe ao artista “jogar” e com coragem, rapidez, segurança e ousadia fazer os desenhos aflorarem com emotividade e expressividade.
Assim é possível perceber a realeza do leão “Cecil”, covardemente morto por um caçador norte americano.
A alegria das crianças no “Chafariz de Tiradentes”.
A nostalgia do “ Burrinho tropeiro”.
A beleza da “Rua de Tiradentes”.
A nobreza das “Araucárias de Bom Repouso”.
A amizade dos “Ecologistas”.
A tristeza do “Vô e o tempo”.
A audácia dos “Aventureiros”
O artista agradece sua visita e espera ter causado em você uma “experiência estética”.
Obs: Veja a entrevista do artista Adolfo no Facebook da Galeria Artigas e no You Tube.

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