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Brasil tem 700 mil vítimas de acidentes de trabalho por ano

O País possui a quarta maior taxa de mortalidade decorrente de acidentes laborais no mundo, segundo a OIT.

Em 2012, mais de 705 mil pessoas foram vítimas de acidentes de trabalho no País; desse total, 2.731 morreram e 14.755 ficaram permanentemente incapacitadas. Isso significa que, por dia, 30 trabalhadores sofrem sequelas definitivas e oito morrem. O Brasil possui a quarta taxa de mortalidade decorrente de acidentes laborais no mundo. Os dados, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Anuário Estatístico da Previdência Social de 2012, foram apresentados na tarde desta terça-feira (29/4/14) em audiência pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Convocada a requerimento do deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB), a audiência, que reuniu sindicalistas, auditores fiscais, juízes do trabalho e trabalhadores em geral, teve o objetivo de debater as condições de trabalho em Minas Gerais, por ocasião do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Doenças e Acidentes de Trabalho, celebrado em 28 de abril. O parlamentar chamou a atenção para o lobby de empresários do agronegócio interessados em promover mudanças na Lei Federal 12.619, que regulamenta a jornada dos motoristas profissionais. As alterações, segundo ele, trarão prejuízos para a categoria, que ocupa o segundo lugar em índices de acidentes no País e o primeiro no Estado de Minas Gerais.

Segundo o deputado, o aumento da jornada de trabalho dos motoristas se configura como uma ameaça e um retrocesso. “O Brasil é hoje a sexta economia mundial e possui a quarta taxa de mortalidade decorrente de acidentes do trabalho do planeta”, denunciou. Ele ressaltou que a maioria das pessoas vitimadas são jovens adultos entre 20 e 35 anos, 31% dos quais na faixa até 29 anos, “no auge de sua força produtiva e com famílias recém-criadas”.

O deputado citou dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) segundo os quais na região Sudeste, a cada grupo de 100 trabalhadores, um é portador de lesões por esforço repetitivo (LER). “Minas Gerais ocupa o segundo lugar no vergonhoso ranking nacional”, disse. Além da LER e dos acidentes de trabalho, asmas, dermatoses, distúrbios mentais, lesões osteomusculares, perdas auditivas induzidas por ruídos e pneumoconioses estão entre as doenças laborais mais recorrentes.

 

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