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Cirurgia plástica: especialista diz que, por segurança, paciente tem de parar de fumar

Estudo publicado recentemente no jornal One, da Public Library of Science (PLOS), analisa por que os fumantes resistem à ideia de abandonar o cigarro e sinaliza com a possibilidade de que eles parecem ter menor autocontrole. Globalmente, cerca de cinco milhões de pessoas ainda morrem todos os anos em decorrência de doenças relacionadas ao tabaco. Daí a importância de se compreender fatores psicológicos que levam uma pessoa a julgar que nada de mal vai acontecer a ela, mesmo continuando a fumar. Com relação à cirurgia plástica, os especialistas têm adotado ‘tolerância zero’.

“Cientes de todos os riscos envolvidos quando a pessoa é fumante, nenhum cirurgião plástico deveria deixar de alertar seus pacientes para parar de fumar ou, pelo menos, orientar a cortar o cigarro um mês antes da cirurgia plástica e um mês depois, durante o pós-operatório”, diz o doutor Vitorio Maddarena Junior, diretor da Clínica Maddarena de Cirurgia Plástica, em São Paulo.

O cirurgião plástico afirma que o principal problema entre o fumo e a cirurgia plástica é que a nicotina presente no cigarro compromete bastante a circulação sanguínea, podendo causar desde dificuldades na recuperação, até infecções e cicatrização mais pronunciada. “Já está provado que o fumo acelera o processo de envelhecimento. Os fumantes têm doze vezes mais chances de apresentar complicações em procedimentos cirúrgicos do que os não fumantes. Além de ser uma droga psicoativa que chega ao cérebro em nove segundos, a nicotina causa dependência e aumenta a liberação de catecolaminas, causando vasoconstrição, acelerando a frequência cardíaca, causando hipertensão arterial e provocando uma maior ‘adesividade plaquetária’ – responsável pela trombose”.

Maddarena explica, ainda, que o cigarro reduz a oxigenação da corrente sanguínea, retardando o processo de recuperação no pós-operatório e deixando o paciente mais suscetível até mesmo à necrose (apodrecimento) da extremidade da pele descolada durante a cirurgia. Quando o paciente não consegue parar definitivamente de fumar, suspender temporariamente o vício durante o pré e pós-operatório contribui ao menos para evitar problemas relacionados à anestesia, trombose e embolias. “Não se pode esquecer que a fumaça do cigarro é uma mistura de aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas. Sendo assim, também o fumante passivo está mais sujeito ao envelhecimento precoce e às complicações do que o não fumante”.

Fonte: Dr. Vitorio Maddarena Junior (CRM 64.301), cirurgião plástico, diretor da Clínica Maddarena (SP), e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) – www.clinicamaddarena.com.br

 

 

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