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Conheça as diferenças entre os tipos de dor de cabeça (cefaléia)

Um estudo epidemiológico, realizado com mais de 3.800 pessoas, revelou que 15,2% da população brasileira tem enxaqueca, 13% dor de cabeça tensional e 6,9% dor de cabeça crônica diária

Nesta quinta-feira (19) é o Dia Nacional da Cefaleia, popularmente conhecida como dor de cabeça. Anualmente milhões de pessoas sofrem com os incômodos causados pela doença, porém ainda há muitas dúvidas a respeito das diferenças entre os diversos tipos, sintomas e tratamentos.

De acordo com a Sociedade Internacional de Cefaleia, existem mais de 150 diferentes tipos de dor de cabeça (cefaléia) e é possível dividi-las em dois grandes grupos: as primárias, quando a dor em si constitui o único problema em questão, e as secundárias, quando a dor é conseqüência de outras doenças, como gripe, sinusite, meningite, tumores etc. Entre as dores de cabeça diárias, as mais comuns pertencem ao primeiro grupo e podem confundir a população.

A enxaqueca (migrânea), por exemplo, é uma forma de dor de cabeça, caracterizada por crises de dor de moderada a forte intensidade e, na maioria das vezes, pulsátil (latejante), com duração de 4 a 72 horas.

Para o neurologista Dr. Mário Peres, membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia (SBC), existem fatores que podem desencadear dores de cabeça. “Sabemos que o estresse, o jejum prolongado e a alteração dos níveis hormonais que ocorre antes da menstruação, por exemplo, são fatores importantes, que podem desencadear crises. Porém, cada tipo de dor de cabeça tem sintomas e causas específicas, e os tratamentos também podem ser diferentes”, explica o médico.

O uso indiscriminado de medicamentos – como os analgésicos – também pode ser prejudicial à saúde e piorar o problema. “Nós consideramos abuso de analgésico quantidades acima de dois comprimidos por semana que, além de piorar a dor, diminui a eficácia dos tratamentos preventivos. Por isso, nós orientamos os pacientes que sofrem com dores de cabeça a procurar um especialista para ter o diagnóstico e tratamento corretos”, alerta o neurologista e presidente da Sociedade Brasileira de Cefaleia, Dr. Marcelo Ciciarelli.

 Dores de cabeça mais comuns: 

Tipo de cefaléia

Tratamento medicamentoso e também não medicamentoso preventivo, além do uso racional dos analgésicos.

  

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaléia (SBC), é preciso reconhecer a doença para que o paciente possa buscar assistência médica e confirmar o diagnóstico de forma precisa. Além disso, é possível apresentar informações que podem ajudar a diminuir a freqüência das crises e o convívio com a doença.

 

Alguns fatores que podem causar crises de dor de cabeça 

ü     Estresse

ü     Ausência de rotina para o sono, sendo prolongado ou reduzido

ü     Jejum por período prolongado

ü     Traumas cranianos

ü     Ingestão de determinados alimentos

ü     Privação da cafeína nos indivíduos que consomem grandes quantidades de café durante a semana e não repetem a ingestão durante o fim de semana

ü     Uso de medicamentos vasodilatadores

ü     Exposição a ruídos altos, odores fortes ou temperaturas elevadas

ü     Mudanças súbitas da pressão atmosférica, como as experimentadas nos vôos em grandes altitudes

ü     Alterações bruscas de temperatura (frio e calor)

ü     Exercícios intensos ou por longos períodos

ü     Variações dos níveis hormonais, como o que ocorre antes da menstruação

 O que é possível fazer para evitar as dores de cabeça 

ü     Distribuir adequadamente a carga de trabalho, evitando acúmulo no escritório e o estresse de levar trabalho para casa

ü     Evitar estender o sono além do horário usual de acordar e estabelecer uma rotina para o sono diário

ü     Fazer as refeições em horários regulares e não “pular” refeições

ü     Eliminar os alimentos identificados como desencadeantes das crises

ü     Reduzir a ingestão de café e chá

ü     Evitar o uso de analgésicos sem supervisão médica

ü     Evitar exposição a luzes, ruídos e cheiros fortes

ü     Realizar atividade física aeróbica regularmente (mínimo 3x/semana)

Para saber mais sobre dor de cabeça (cefaléia), acesse o site: http://www.sbcefaleia.com

*Dr. Marcelo Ciciarelli é neurologista, presidente da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC) e membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

 *Dr. Mario Peres é medico neurologista, com doutorado pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) e pós-doutorado/fellowship pela Thomas Jefferson University, Philadelphia, PA – USA. Atualmente é neurologista e pesquisador sênior do Hospital Israelita Albert Einstein, professor da pós-graduação Neurologia/Neurociências da UNIFESP. Coordena o Centro de Cefaleia São Paulo. Escreveu o livro “Dor de Cabeça: o que ela quer com você” e mais de 70 artigos científicos. 

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