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Criança com deficiência intelectual deve estudar em escola regular para se desenvolver mais, defende especialista

No dia 21 de março celebra-se o Dia Internacional da Síndrome de Down. Além dos medos e dificuldades que os pais ou responsáveis normalmente já encaram em relação à educação dos filhos, como decidir em qual escola sua criança irá estudar, aqueles que têm na família alguém com essa ou outra deficiência têm uma preocupação a mais. A de definir se a matrícula será em escola regular, uma instituição específica ou escola regular que ofereça classe separada, na qual a criança estudará apenas com alunos que tenham algum tipo de deficiência.

Desde 2009, crianças com qualquer deficiência têm direito assegurado de frequentar escolas regulares. Neste ano decretou-se no Brasil que tudo o que está escrito na Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, assinada em 2007, em Nova York, deve ser cumprido.

Apesar da determinação, Francisca Paris, pedagoga, mestra em educação e diretora de serviços educacionais da Saraiva, afirma que cabe aos pais decidir o que acham melhor para seus filhos: matriculá-los em uma sala regular e, no período em que não estudam, ter assistência especializada para o reforço, ou em uma sala especial para aprender as disciplinas clássicas, como língua portuguesa e matemática. Neste segundo caso, a criança se reúne com os demais alunos em alguns momentos, como nas aulas de arte, esportes e música e em outras atividades lúdicas.

“A decisão da família é soberana. No entanto, acredito que segregar a criança a uma sala especial, independentemente de qual deficiência ela tenha, é muito prejudicial ao seu desenvolvimento. Naturalmente ela terá mais dificuldade para realizar as tarefas, mas a convivência com todos e o enfrentamento de desafios cotidianos são essenciais para a aprendizagem. O convívio na diversidade, que está em toda a parte, só traz resultados positivos para todos”, explica a especialista.

Para ela, quando uma criança com deficiência é deslocada para uma vida social à parte, sofre uma perda considerável. Independentemente de suas dificuldades, ela deve ser incentivada a cultivar amizades, a ter sonhos e a fazer planos para o futuro. “A escola é o lugar onde as pessoas aprendem a viver em sociedade. E todas são capazes de aprender, cada uma a seu tempo! Basta os educadores buscarem o melhor método para atender a todos, uma vez que cada aluno é único, com características próprias, tendo ou não algum tipo de deficiência”, diz.

Uma das dicas da diretora de serviços educacionais da Saraiva é que os professores procurem se adaptar em sala de aula, conforme as dificuldades surgirem. Algumas opções são variar a forma de apresentação dos assuntos, ter mais flexibilidade em relação ao tempo do ensino e traçar metas de aprendizagens individuais, que sejam possíveis e não subestimem ninguém. “No contraturno, a escola pode, ainda, propor atividades em salas reservadas, com atendimento personalizado, para resolver problemas pontuais, como dificuldades de fala, escrita, interpretação e expressão”, sugere Francisca Paris.

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