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Desafios da Pastoral Urbana

São muitos os desafios enfrentados por quem mora nas cidades, especialmente, nos grandes centros urbanos. Entre outros estão:a) Subjetivismo: A cidade gira em torno de interesses. Valoriza-se a pessoa como sujeito de suas atividades e não tanto a geografia condicionante. O empregado cria seu mundo de moradia à parte. Trabalha-se na fábrica, mora-se em bairros diferentes conforme o nível social.

b) Individualismo: Multiplicam-se as instituições de confinamento para marginais, para miseráveis, para anciãos, para portadores de deficiência, para doentes físicos e psíquicos, para encarcerados, fora do âmbito urbano. Cada um pensa em si e exclui quem não produz ou consome e quem não entra no ritmo frenético da vida urbana. Para a classe média alta, os clubes tornaram-se um meio de encontrar amigos sem ter que recebê-los em casa e depois a obrigação de pagar visita: os clubes são reinados do individualismo disfarçado em sociabilidade.

c) Autonomia: Devido ao crescimento urbano desordenado e à concentração excessiva de pessoas, o espaço urbano consegue o paradoxo de gerar solidão no meio da multidão. “Vemos aqueles que não nos vêem, somos vistos por aqueles que não vemos”. Crescimento urbano desordenado. Concentração excessiva de pessoas.

d) Novas formas de sociabilidade: As distâncias entre bairros crescem. Os edifícios e os blocos habitacionais concentram milhares de pessoas em espaços reduzidos. Muitos não sabem quem são os vizinhos e nem querem saber para proteger a própria privacidade. Na população concentrada verticalmente em edifícios fechados, as relações são impessoais, formais e frias. Famílias se sentem constrangidas a abandonar a casa onde nasceram, cresceram e viram a nascer e crescer seus filhos, pressionados pela transformação de seu bairro, antes residencial, para comercial ou hospitalar e clinicas médica. Partem para outro meio social desconhecido e chegam como forasteiros.

e) Fim de identidades tradicionais herdadas: A cidade modifica os espaços tradicionais de moradia, de comércio, de trabalho e de trânsito. Surgem bairros de mansões, condomínios fechados, centros de negócios, centro administrativos, região da boêmia, distrito industrial, conjunto habitacionais populares, cidades-dormitórios, favelas, etc.

f) Crise de credibilidade de tempo e espaço: O surgimento de espaços universais como shoppings, aeroportos, hotéis cinco estrelas e certos restaurantes fazem com que as culturas locais desapareçam. Fábricas de três turnos, tantos serviços disponíveis de 24 horas, a oferta de prazeres noturnos encurtam para muitos o tempo de descanso.

g) Mundo de comunicação: A praça, a casa, os lugares públicos dão precedência aos chats, aos BBs, aos provedores de internet. A televisão e a internet tiraram as pessoas das ruas e as confinaram dentro de suas casas.

Cônego Edson Oriolo

Catedral de Pouso Alegre

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