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Descuidos durante o namoro podem reduzir chances de ter um bebê no futuro

Especialista em Medicina Reprodutiva aponta cinco dicas para  que os jovens aproveitem mais a fase do namoro, sem riscos

Apesar da rapidez com que as informações se multiplicam hoje em dia, muitos jovens desconhecem que algumas de suas condutas durante o namoro podem comprometer seus relacionamentos e, inclusive, reduzir as chances de ter um bebê na fase adulta. Na opinião de Assumpto Iaconelli, médico ginecologista especialistaem Reprodução Humana, a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) desde a iniciação sexual não pode continuar sendo negligenciada pelos jovens, sob pena de enfrentarem sérios problemas adiante.

 

“Grande parte da população jovem tem acesso aos meios de comunicação de massa hoje em dia e deveria estar mais familiarizada com informações sobre prevenção de DSTs. Entretanto, ainda há muito descuido por parte desse grupo que se estende dos 14 aos 25 anos, mais ou menos. Em relação às meninas, a doença que mais desencadeia infecção pélvica e, consequentemente, alteração tubária, é a clamídia (Chlamydia) – que em 75% dos casos não apresenta sintomas, exceto discreto corrimento. Entre os meninos, a gonorreia (Gonorrhoea) é a doença que mais compromete a saúde reprodutiva, sendo a terceira principal causa de infertilidade masculina no Brasil”, diz o diretor do Fertility – Centro de Fertilização Assistida,em São Paulo.

 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 10% e 15% dos casais enfrentam dificuldades para engravidar. Para Iaconelli, apesar de haver muitos fatores que dificultam a gravidez – como uso de drogas, fumo, poluição ambiental, obesidade e anorexia, por exemplo –, se os jovens fossem mais comprometidos com o uso de preservativos em toda relação sexual, os desdobramentos seriam bem menos significativos. “As doenças inflamatórias pélvicas (DIP) respondem por boa parte dos problemas para engravidar e podem ser reduzidas pela adoção de novos e saudáveis hábitos. O uso de camisinha é um deles”, diz o médico.

 

Para namorar e curtir a juventude ao máximo sem comprometer os planos de constituir uma família no futuro, Assumpto Iaconelli dá cinco dicas importantes:

 

  1. “Antes mesmo da adolescência, é importante que os pais levem seus filhos ao hebiatra para que a criança entenda todos os processos por que seu corpo passará a seguir, esclarecendo dúvidas e mostrando como ela pode contribuir para a manutenção de sua saúde. Caso não seja possível, um especialista deve ser consultado assim que o adolescente decidir iniciar sua vida sexual, podendo esclarecer sobre os riscos que essa fase apresenta e suas consequências”;
  2. “Para que não haja dúvidas sobre a transmissão de DSTs – já que muito adolescente acredita que a doença só é transmitida através da relação sexual consumada – vale alertar que todo contato com secreções sexuais, quer por contato vaginal, oral ou anal, oferece risco de transmissão de doenças”;
  3. “Nem todo tipo de corrimento vaginal está associado à clamídia ou qualquer outra DST, mas é importante consultar um ginecologista sempre que o problema aparecer e persistir por mais de uma semana. A propósito, a partir da primeira menstruação é interessante que a menina passe a frequentar um ginecologista de sua confiança”;
  4.  “Assim como carregam consigo um documento, a chave de casa e o bilhete do Metrô, os meninos devem ter sempre um preservativo no bolso”;
  5. “Há toda uma campanha, atualmente, promovendo o uso de preservativo feminino. Mas, caso a menina ainda não esteja familiarizada com o assunto, deve ter sempre um preservativo masculino na bolsa. Afinal, se trata de uma responsabilidade compartilhada. O importante é curtir a vida a dois sem descuidar da saúde”.

 

Fonte: Dr. Assumpto Iaconelli, médico ginecologista, especialista em Reprodução Humana e diretor do Fertility – Centro de Fertilização Assistida, em São Paulo. www.fertility.com.br

 

 

 

 

 

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