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Do lixão à reciclagem: uma novela com final feliz

O lixão virou cenário de novela, colocando em evidência a precária situação enfrentada pelos trabalhadores que tiram diariamente daquele ambiente o seu sustento. E se a vida imita mesmo a arte, a trajetória de Maria Madalena Rodrigues Duarte Lima, 51 anos, moradora de Itaúna (Centro-Oeste), com certeza é digna de uma novela. Ela pisou pela primeira vez em um lixão aos sete anos, juntamente com os irmãos mais velhos de uma família com 15 filhos, e hoje é uma referência internacional por seu trabalho de mobilização e organização em cooperativas de material reciclável.

Em 44 anos lidando com o tema reciclagem, muito antes dessa palavra virar moda, ela superou preconceitos, ampliou seus horizontes e ganhou até mesmo o reconhecimento profissional, mesmo tendo feito apenas o ensino primário. Agora, Madalena, como é mais conhecida entre seus colegas, comemora mais uma vitória. É a concessão da Bolsa-Reciclagem, iniciativa que vai garantir a catadores de todo o Estado um Natal mais tranquilo. O benefício é um exemplo de como a revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), processo que volta a ser realizado agora pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em audiências pelo interior e na Capital, é um passo importante para que as políticas públicas estejam em sintonia com o cidadão.

“O pagamento da Bolsa-Reciclagem vai encerrar um capítulo da minha vida. Foram dez anos para conseguir isso e, sem a ajuda da Assembleia, isso não seria possível. Será um reconhecimento pelos serviços ambientais que há décadas os catadores prestam à sociedade. Nada mais justo, pois tiramos do lixo o que poderia estar degradando a natureza”, define Madalena.

 

 

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