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Enem: O que o estudante precisa realmente saber sobre TRI

Especialista destaca qual o papel da Teoria de Resposta ao Item e como ela influencia na atribuição de pontos para os candidatos

 

Em um exame de grande porte e com tantos participantes como é o Enem, que acontece nos dias 26 e 27 de outubro para mais de 7 milhões de inscritos, estar tecnicamente bem preparado em todas as disciplinas é fundamental. E, mais do que isso, conhecer bem os processos de correção pode ser decisivo para conseguir alguns pontos a mais e, com isso, a tão sonhada vaga em uma universidade pública.

 

Desde sua última grande reformulação, em 2009, o Enem passou a corrigir as suas 180 questões com uma metodologia moderna, para avaliações em larga escala, chamada Teoria da Resposta ao Item (TRI). A mesma metodologia é utilizada em outros grandes exames como o SAT (espécie de vestibular para algumas universidades norte-americanas) e o TOEFL (que avalia proficiência em inglês).

 

A aplicação da TRI no Enem, na verdade, começa antes do exame. Quando as questões chegam nas mãos dos estudantes, elas já foram previamente classificadas de acordo com o nível de dificuldade. Esse processo tem fundamento estatístico, ou seja, elas já foram resolvidas por alunos de Ensino Médio. Posteriormente, foram incluídas no Banco Nacional de Itens e, finalmente, selecionadas para compor o exame.

 

A fase final de aplicação da TRI acontece após o Enem, quando um complexo e preciso sistema de cálculo atribui valor para cada questão acertada por cada estudante, conforme seu desempenho por nível de dificuldade das questões. Apesar da complexidade, o sistema faz algo simples e justo: desvaloriza os acertos das questões difíceis para quem não acertou as fáceis, considerando esses acertos como sorte (ou chute), e não proficiência. No entanto, mesmo que de maneira balanceada, todos os erros e acertos são considerados.

 

“Se colocarmos lado a lado dois estudantes que acertaram o mesmo número de questões, terá mais pontos aquele cujos acertos forem mais coerentes para calcular a proficiência. Trata-se de uma avaliação de habilidades, portanto o acerto de uma única questão difícil por alguém que acertou somente questões fáceis não pode revelar uma alta proficiência para essa pessoa”, destaca Tadeu da Ponte, diretor da Primeira Escolha, empresa especializada em avaliações e métricas educacionais.

 

Ele considera o método TRI o mais justo na atualidade, pois valoriza com fundamento estatístico a coerência da relação de erros e acertos, porém, lembra que é um método específico para exames com muitos participantes, como o Enem. “Imagine classificar 7 milhões de pessoas em uma escala de zero a 180. Haveria muitos empates”, diz. “O que a TRI faz é achar um número adequado, em uma escala maior, mantendo as 180 questões exigidas”, completa.

 

As principais dicas – levando-se em conta que o Enem é uma prova bastante extensa e que valoriza o que o estudante realmente sabe, a melhor orientação é fazer a prova com bastante atenção, resolvendo imediatamente as questões que considerar mais rápidas. Se estiver demorando muito em uma questão, pode ser um sinal de que se trata de uma questão difícil, ou seja, vale a pena pular e partir para a próxima. Após resolver todas as questões que lhe pareceram mais rápidas e imediatas, o estudante deve se concentrar nas outras. Dessa forma, ele terá certeza de não ter deixado de tentar nenhuma questão que sabe resolver.

 

Recomenda-se também que o aluno divida bem o tempo de prova nas duas áreas. Um aluno que tem facilidade em Ciências Humanas pode acabar gastando muito tempo nessa área e não conseguir fazer questões imediatas de Ciências da Natureza. Uma estratégia pode ser resolver dez ou quinze questões de cada área do dia por vez, alternadamente.

 

Sobre a Primeira Escolha – A Primeira Escolha é uma organização especializada em seleção de pessoas, avaliação educacional e tecnologia, cujo compromisso é oferecer a empresas e a instituições de ensino soluções em gestão da aprendizagem completas, flexíveis, eficazes e customizadas, realizadas on-line ou presencialmente. Seu portfólio abrange desde o desenvolvimento de estratégicas específicas de seleção de pessoas para empresas, como instrumentos de avaliação e aprendizagem para a educação básica, ensino superior e pós-graduação. A Primeira Escolha tem uma atuação de abrangência nacional, trabalhando com empresas e escolas de pequeno, médio e grande porte, no segmento público e privado. Referência no mercado em realização de testes online, atingiu em 2013 a marca de 10 milhões de respostas em seu banco de dados.

 

 

 

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