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Energia Solar térmica pode contribuir com diversificação da matriz energética

Se coletores solares de aquecimento de água fossem instalados nos 60 milhões de domicílios no Brasil, seria possível economizar cerca de 98.630 GWh/ano, o equivalente à energia gerada pela hidreletrica Itaipu. 

O DASOL – Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento, alerta que a energia solar térmica, usada para o aquecimento de água, pode amenizar os impactos da falta de chuvas e dificuldades do setor elétrico no país. Dada à situação energética atual do país, a associação encaminhou à presidência e aos órgãos competentes do governo federal um ofício com considerações sobre a importância e benefícios da implantação de um amplo programa para a diversificação da matriz energética e racionalização do uso da eletricidade, através da motivação e incentivo à massificação da tecnologia solar térmica.

De acordo com o presidente do Dasol, Luis Augusto Ferrari Mazzon, “o governo deveria engajar a população em um amplo programa de conscientização para uso racional da energia”.

O Brasil fechou 2013 com 9,8 milhões de m² de área de coletores instalados em Sistemas de Aquecimento Solar – SAS, com geração de 5.404 GWh/ano, equivalente ao consumo anual de uma cidade como Curitiba, com cerca de 2 milhões de habitantes.

Para o Dasol, um ponto de partida na contribuição do setor ao país, seria o governo estender a instalação compulsória de aquecedores solares para todas as residências do Programa Minha Casa Minha Vida, um total de 3,5 milhões de casa, com a geração de 4.645 GWh/Ano, superior ao consumo distribuído pela Concessionária do Estado do Rio Grande do Norte em 2013 (Cosern – 4.418 GWh), mas hoje, o uso do equipamento é restrito ao grupo de casas da “faixa 1”, com 263 mil residências.

Considerando apenas se instalados estivessem coletores solares térmicos nos 60 milhões de domicílios brasileiros, sem incluirmos outras aplicações da tecnologia na indústria, comércio e serviço, teríamos a energia gerada por uma usina hidrelétrica como a Itaipu de 98.630 GWh/Ano.

Para a entidade, algumas medidas tomadas por parte do governo seriam assertivas, como por exemplo, a adoção de um programa motivacional e de incentivo para a aquisição de aquecedores solares de água que viabilizaria muitos benefícios à sociedade brasileira, como:

1 Redução do consumo de energia elétrica dedicado ao aquecimento de água, principalmente em substituição ao consumo do chuveiro elétrico. Em média, para uma instalação residencial, pesquisas demonstram economias mensais superiores a 30%;

2 Redução do pico de demanda de eletricidade ao evitar o uso do chuveiro elétrico, concentrado no horário entre 17 e 22 horas, mas sem privação do conforto;

3 Transferência indireta de recursos com consequente aumento da renda líquida para as famílias de menor poder aquisitivo motivada pela redução do consumo e, portanto, do valor da conta de energia;

4 Maior adimplência por parte dos mutuários nos pagamentos de parcelas dos financiamentos dos programas habitacionais e condomínios nas unidades multifamiliares;

5 Geração de empregos distribuída por toda a cadeia de valor do setor.

De acordo com análises e estudos realizados pelo Dasol, conceitos de sustentabilidade e a realidade energética do País requerem que novas construções disponham da tecnologia dos sistemas de aquecimento solar de água (SAS), de forma a evitar que o consumo de energia seja ainda maior nos horários de pico. Sugestões de ações:

A Implantação compulsória de aquecedores solares em todas as Unidades Habitacionais do Programa “Minha Casa, Minha Vida”, atualmente limitada às casas uni familiares da faixa 1 (renda de até R$ 1.600,00), cuja meta atual é de apenas 263 mil unidades com SAS;

B Programa de motivação e ou determinação de uso dessa tecnologia nos demais programas habitacionais do país conduzidos pelos governos estaduais e municipais, assim como nas construções que se valham de recursos governamentais;

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