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Fim da Estrada

Um velho carro de boi
Lá no asfalto parado
Parece estar murmurando
Lembrando do seu passado
Que durante muitos anos
No transporte foi pioneiro
Transportando com bravura
Escoando a agricultura
Por este chão brasileiro.

Cortando vales e serras
Estradas de chão batido
Encalhando no atoleiro
Sem nunca ser impedido
Rodando e deixando marcas
Nos caminhos onde andei
Quando me chamar saudade
Diante das modernidades
Se lembram de mim? Não sei.

Vendo o asfalto tão negro
É o fim da minha estrada
Isto é chamado progresso
Terminou minha jornada
Adeus carreiros da vida
Meu cantar emudeceu
Este negrume é o luto
É o progresso absoluto
E o finado sou eu.

Tocos do Moji, 5 setembro 2013. José Vitor da Rosa. (Vitor Rosa)

 

 

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