Edição impressaConfira a última edição impressa

Executiva do PMDB lança Clésio para o governo de Minas

» Partido usa vagas de vice na chapa e no Senado como moedas de troca aos possíveis aliados, na busca por apoios ao projeto.
» Apesar dos últimos revezes, PT é alvo favorito de peemedebistas.
Ana Flávia Gussen
         Uma semana depois de eleger 117 prefeitos em Minas e ir para segundo turno em duas cidades estratégicas – Uberaba e Juiz de Fora – o PMDB deu ontem o primeiro passo em busca do governo estadual em 2014.
      O senador Clésio Andrade (PMDB) foi lançado como o pré-candidato da legenda. Na ocasião, a Executiva estadual declarou abertas as negociações em torno de uma aliança, na qual a atual vaga do PMDB no Senado entra como moeda de troca.
“Clésio é nossa maior liderança e queremos sua candidatura ao governo de Minas”, declarou o presidente do PMDB mineiro, deputado federal Antônio Andrade. 

CADEIRA NO SENADO        “Entendemos que precisamos fazer uma composição, por isso o PMDB abre mão da vice-governadoria e da vaga no Senado. Quanto às alianças, tudo vai depender do projeto do partido”, disse , após reunião com a Executiva estadual.
Andrade não descartou dialogar com outras legendas, incluindo o PSDB, mas garante que na conjuntura atual o partido está mais próximo do PT.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) foi lançado como pré-candidato a vice da presidente Dilma Rousseff (PT) mantendo a aliança atual.
Porém, repetir a dobradinha nacional em Minas pode ser mais complicado uma vez que o PT estuda lançar o ministro Fernando Pimentel (PT) para o cargo e o PMDB anunciou que “não aceita ficar mais a reboque” do partido aliado.ELEIÇÃO INTERNA

Para conseguir levar o projeto de governo à frente, Andrade confirmou que vai oferecer as vagas abertas na Executiva estadual a outra ala da legenda, ligada ao ex-governador Newton Cardoso. O objetivo é o de evitar o confronto de chapas na convenção estadual agendada para novembro.
Além disso, caso vença o pleito, Andrade garante que vai intervir nos diretórios que não lançarem candidatos nessas eleições.

BELO HORIZONTE

Durante a reunião, membros da Executiva acusaram o PT de não cumprir com o acordo feito durante a formação da aliança em torno do ex-ministro Patrus Ananias (PT) para a prefeitura da capital. A legenda não teria repassado aos candidatos à Câmara o volume financeiro acordado. “Fomos quase obrigados a fazer aliança. Lamentamos o PT não ter cumprido o acordo”, disse Andrade aos correligionários.

ENTREVISTA – CLÉSIO ANDRADE

“PMDB NÃO ABRE MÃO DA DISPUTA”

 Senador Clésio Andrade, lançado ao governo de Minas Gerais, busca alianças e desconversa sobre embate contra atuais aliados em 2014.  

Ana Flávia Gussen

Filiado há apenas oito meses ao PMDB, Clésio Andrade foi lançado, ontem, pré-candidato ao governo de Minas Gerais. Mesmo sem nunca ter recebido um voto direto a cargo eletivo, Clésio Andrade disse ao Hoje em Dia que vai iniciar as negociações com partidos em torno de uma aliança e não descartou concorrer contra o PT em 2014.
Presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT) desde 1994, o empresário foi eleito em 2002, pelo PFL vice-governador de Minas Gerais, ao lado de Aécio Neves. Concorreu ao Senado em 2006, já pelo PL como primeiro suplente de Eliseu Rezende (DEM), assumindo o cargo de senador em 2011.

O senhor já tinha expectativa de ser lançado ao governo de Minas quando se filiou ao PMDB?

Um partido desse porte precisa entrar na disputa para continuar crescendo. O PMDB tem as bandeiras que Minas precisa. Nos últimos 15 anos, o Estado perdeu R$ 20 bilhões em investimentos da União.

O senhor poderia sair candidato contra o PT em eventual disputa para o governo de Minas?

Acho que em primeiro lugar temos que levar a Executiva nacional que o PMDB mineiro precisa ter candidatura própria. E isso é independente da aliança nacional. Hoje não tenho como dizer isso.

Quais partidos o senhor vai procurar primeiro?

Vamos conversar com todos. Vai depender do processo nacional para ver como essas alianças podem se encaixar.

Chegou a hora do senador Aécio Neves (PSDB) disputar a Presidência da República?

Ele se saiu muito bem nestas eleições. Houve um equilíbrio entre Aécio, Lula e Dilma. Acho que ele sai fortalecido, mas Dilma já está fortalecida por ser presidente. Acho que há um equilíbrio de forças e ele tem muitas chances.

Qual sua avaliação sobre a presidente Dilma?

A presidente Dilma Rousseff tem feito um governo muito bom. Mas teve dificuldades. Entretanto, ela tem consciência disso e anunciou investimento de R$ 200 bilhões recentemente, recursos dos quais grande parte vem para Minas Gerais.

 

Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado.