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Falta de recursos induz a uso equivocado de medicamentos

Associação acredita que muitos optam por remédios mais baratos que os prescritos por um médico, apostando na mesma eficácia e sem avaliar os riscos

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está promovendo uma “Força de Trabalho” com o objetivo de conscientizar a população para os cuidados e a importância do uso racional de medicamentos, propondo medidas que estimulem a exigência da prescrição médica (receita) no ato do fornecimento de remédios nas drogarias e farmácias. Na última sexta-feira, dia 3, representantes da indústria farmacêutica, do mercado varejista e outros especialistas no assunto se reuniram para discutir o assunto.

 

A PBMA – Associação Brasileira das Empresas Operadoras de PBM (Programa de Benefício em Medicamentos) apóia a iniciativa da Anvisa, mas acredita que o problema da automedicação está principalmente na impossibilidade de as pessoas comprarem o medicamento prescrito, optando por outros mais baratos. “Muitos interrompem o tratamento porque o dinheiro para continuar comprando o remédio receitado pelo médico acaba. Para não deixar de realizá-lo, buscam alternativas que caibam no seu bolso”, diz Pierre Schindler, diretor da PBMA.

 

A falta de acesso a medicamentos é um problema que pode ser resolvido com o PBM, como já acontece em países como os Estados Unidos, onde o programa é adotado por diversas empresas. Lá, mais de 200 milhões de pessoas recebem subsídio de seus empregadores para a compra de remédios. Aqui, são um pouco mais de 2 milhões, segundo a PBMA. “Acreditamos que este número vá crescer consideravelmente nos próximos anos, pois grandes empresas já entenderam as vantagens de oferecer esse benefício aos seus funcionários”, diz Schindler. Oi, Petrobras, Nestlé e IBM são alguns exemplos.

 

A empresa que adota o PBM pode oferecê-lo de duas maneiras aos seus funcionários: desconto em Folha (o crédito oferecido pela empresa para a compra do remédio é deduzido do salário do funcionário); ou subsídio (a empresa arca com o valor total ou parcial dos medicamentos). Atualmente, a primeira opção é a mais utilizada pelas empresas – cerca de 80%, de acordo com a PBMA. No caso de subsídio, a ajuda dada pelas empresas pode chegar a até 100% do valor do remédio. Mas a média, no Brasil, é de aproximadamente 50%.

 

 

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