Identidade, Representação e Memória: A festa como sociabilidade na cidade de Borda da Mata – MG
A presente pesquisa visa discutir e problematizar os múltiplos significados e sentidos do festejo de Nossa Senhora do Carmo, na cidade de Borda da Mata, localizada no sul de Minas Gerais, com o intuito de buscarmos as diferentes memórias e experiências vivenciadas por diferentes atores sociais que participam do festejo, que é realizado, anualmente, na segunda semana do mês de Julho. Compreendemos que festejar se constitui em um momento em que homens e mulheres rompem com sua rotina de trabalho e partem para momento de lazer, de religiosidade e de sociabilidade. Sendo que estes elementos norteiam este período festivo, possibilitando a construção de um espaço repleto de manifestações, gestos somente realizando neste ínterim, como, por exemplo, acompanhar a novena religiosa, adquirir produtos comerciais em estabelecimentos informais, as “barracas”, assistir apresentações musicais em praça pública, entre outros. E, também, por meio das festividades que os sujeitos sociais reafirmam suas identidades, suas concepções de mundo, os seus valores. Por meio da História Oral, que foi realizado este trabalho, buscando conhecer e evidenciar experiências de sujeitos sociais que vivenciaram e vivenciam a Festa de Nossa Senhora do Carmo. Pois, através desse método de estudo é possível analisar as experiências de homens e mulheres em diversos e diferentes setores da sociedade, permitindo um percurso de conhecimento e possibilidades de valorização a grupos sociais até então invisíveis na documentação oficial escrita. A História Oral é uma metodologia, uma nova proposta de trabalhar-se a História, não vem para responder ausências, mas é mais uma nova forma de interpretação. Caminha junto à memória oficial, porém oferece novas possibilidades com outras memórias não-oficiais e possibilidades de análise para percepção dos discursos e da constituição ideológica.
Cleyton Antonio da Costa;
Andrea Silva Domingues
Universidade do Vale do Sapucaí