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Mais de 10 milhões de crianças já foram vacinadas contra a pólio

Este número representa 71,3% do grupo de 14,1 milhões de crianças menores de cinco anos. A meta é proteger 95%. A campanha segue até o dia 6 de julho

Balanço parcial do Ministério da Saúde indica que mais de 10 milhões de crianças em todo país já foram vacinadas contra a paralisia infantil. O contingente de imunizados, até o momento, representa 71,3% do total na faixa etária de zero a menores de cinco anos, segundo balanço parcial da manhã desta quinta-feira (21).  A meta é vacinar, pelo menos, 95% dos 14,1 milhões de crianças, o que totaliza 13,5 milhões. A campanha segue até o próximo dia 6 de julho.

 

O desempenho por grupo de idade até o momento foi melhor entre os menores de um ano de idade, atingindo 75%, o que representa 2,1 milhões de doses aplicadas. Os estados com as maiores coberturas vacinais, até o momento, são São Paulo (83,5%), Goiás (82,7%), Paraná (82,6%), Rio Grande do Sul (82,2%) e Santa Catarina (80,6%).

 

“Queremos que esta campanha alcance os mesmos índices das realizadas nos anos anteriores, com 100% das crianças vacinadas contra a paralisia infantil”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Para repetir o sucesso das campanhas anteriores, de acordo com o ministro, é preciso que pais e responsáveis levem as crianças aos postos de todo o país.

 

A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, explica que, embora a campanha siga um ritmo considerado satisfatório, a meta de 95% de imunizados ainda não foi atingida. “É fundamental que os pais e responsáveis se conscientizem da importância de proteger as crianças para que possamos manter o Brasil livre da poliomielite”, alertou.

 

Em todo o país, foram distribuídas 23 milhões de doses da vacina oral. O Ministério da Saúde investiu R$ 37,2 milhões em repasses do Fundo Nacional de Saúde para aos fundos estaduais e municipais para a operacionalização das campanhas. Também foram destinados R$ 16,7 milhões para a aquisição das vacinas.

 

NOVO ESQUEMA – A partir deste ano, a campanha acontece em etapa única. Antes, na rotina de vacinação, a criança tomava duas gotinhas aos dois meses, aos quatro meses, aos seis meses e aos 15 meses de idade, além das doses durante as campanhas nacionais de vacinação.

 

A partir do próximo mês de agosto, as crianças que estão começando o esquema vacinal, ou seja, nunca foram vacinadas contra a paralisia infantil, irão tomar a primeira dose, aos dois meses e a segunda dose aos quatro meses, com a vacina inativada poliomielite, de forma injetável. Já a terceira dose (aos seis meses), e um reforço (aos 15 meses) continuam com a vacina oral.

 

A introdução da Vacina Inativada Poliomielite (VIP), com vírus inativado, vem ocorrendo em países que já eliminaram a doença. A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), no entanto, recomenda que os países das Américas continuem utilizando a vacina oral, com vírus atenuado, até a erradicação mundial da poliomielite, o que garante uma proteção de grupo. A vacina contra a pólio é segura e se destina a todas as crianças menores de cinco anos, mesmo as que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia.
 

ELIMINAÇÃO – O último caso da doença no país foi registrado em 1989, na Paraíba. Em 1994, o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da doença. Embora não haja circulação do vírus no Brasil, neste ano 16 países registraram casos de paralisia infantil, sendo que, em três deles, a doença é considerada endêmica: Afeganistão, Nigéria e Paquistão.
 

Por isso, para evitar a reintrodução do vírus no Brasil, é fundamental a manutenção da vacinação “Seguimos todas as recomendações da OPAS. A vacinação é a única maneira de prevenir contra a poliomielite. As campanhas de vacinação com a gotinha irão continuar até que o mundo esteja completamente  livre do vírus”, explica Carla Domingues
 

A aplicação das gotinhas tem como objetivo manter o Brasil na condição de país certificado internacionalmente para a erradicação da poliomielite, estabelecendo proteção coletiva com a vacinação de todas as crianças menores de cinco anos no mesmo período. Esta estratégia também permite a disseminação do vírus vacinal no meio ambiente, ajudando a criar a imunidade de grupo. É importante ressaltar que não existe tratamento para a pólio, apenas a prevenção por meio da vacina.
 

A DOENÇA– A poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença infecto-contagiosa viral aguda que atinge principalmente crianças de até cinco anos. É caracterizada por quadro de paralisia flácida de início súbito, principalmente nos membros inferiores. Sua transmissão ocorre pelo Poliovírus, que entra pela boca. Ele é carregado pelas fezes e gotículas expelidas durante a fala, tosse ou espirro da pessoa contaminada. Falta de higiene e de saneamento na moradia, além da concentração de muitas crianças em um mesmo local favorecem a transmissão.
 

UF

Total

Meta

Doses

Cob.

AC

81.351

46.418

57,06

AM

376.280

257.974

68,56

AP

70.700

50.456

71,37

PA

736.683

415.839

56,45

RO

129.844

87.757

67,59

RR

47.819

24.745

51,75

TO

124.688

73.928

59,29

NORTE

1.567.365

957.117

61,07

AL

276.467

185.508

67,1

BA

1.080.715

630.623

58,35

CE

656.647

430.370

65,54

MA

640.579

325.874

50,87

PB

295.190

191.465

64,86

PE

696.028

480.634

69,05

PI

254.147

150.832

59,35

RN

241.152

169.603

70,33

SE

173.528

111.609

64,32

NORDESTE

4.314.453

2.676.518

62,04

ES

250.250

167.311

66,86

MG

1.284.628

893.510

69,55

RJ

1.030.026

790.155

76,71

SP

2.818.614

2.352.714

83,47

SUDESTE

5.383.518

4.203.690

78,08

PR

729.410

602.391

82,59

RS

658.728

541.644

82,23

SC

411.967

331.912

80,57

SUL

1.800.105

1.475.947

81,99

DF

202.083

152.877

75,65

GO

440.856

364.532

82,69

MS

195.136

115.279

59,08

MT

244.666

140.132

57,27

C.OESTE

1.082.741

772.820

71,38

BRASIL

14.148.182

10.086.092

71,29

 

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