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Mineira na disputa etapa nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios

Doceira de Carmópolis de Minas está entre as melhores histórias de superação e empreendedorismo feminino do Brasil

 

Maria José de Lima Freitas, a Mazé – de Carmópolis de Minas, Sul do estado – é a única representante mineira que concorre à etapa nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios.  A trajetória de superação da faxineira que virou empresária se destaca entre histórias de brasileiras que entraram no mercado e tiveram sucesso nos negócios.  A divulgação das vencedoras será feita no dia 7 de março, na cerimônia de premiação, em Brasília.

 

Neste ano, Mazé irá disputar o prêmio com outras 65 candidatas, todas campeãs estaduais. Nove empresárias serão reconhecidas, em três categorias: Pequenos Negócios (na qual Mazé participa), Negócios Coletivos e Empreendedora Individual. Três delas receberão o troféu ouro, e serão consideradas as vencedoras nacionais.

 

A mineira foi selecionada entre 195 empreendedoras do estado inscritas no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios em 2012.  A premiação, que recebeu 5,4 mil inscrições em todo o Brasil, é uma iniciativa do Sebrae, em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, a Federação das Associações de Mulheres de Negócios Profissionais do Brasil (BPW) e a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). “O prêmio vem crescendo a cada ano e dando oportunidades de reconhecer histórias de sucesso de mulheres que fazem a diferença nos negócios”, afirma a gerente de Atendimento Individual do Sebrae Minas, Mara Veit.

 

Doce sucesso

 

A história de Mazé começou em 1999. Desempregada, depois de ter sido demitida de uma agência bancaria após a licença maternidade do seu primeiro filho, a ex-faxineira, com apenas o ensino fundamental, resolveu colocar a mão na massa, ou melhor, no tacho de doce.

 

Com as técnicas aprendidas com a mãe, ainda na infância, Mazé começou a produção de doces caseiros. No início os produtos eram vendidos na rua. O primeiro grande comprador foi uma lanchonete de beira de estrada. Foi quando a doceira encontrou o primeiro desafio: produzir doces cristalizados. “Fazia apenas doce de leite, amendoim e abóbora. Quando recebi o pedido, não sabia nem por onde começar. Depois de algumas tentativas frustradas, busquei capacitação e aprendi a fazer os doces cristalizados de mamão e abóbora”, conta a empresária.

 

Em 2004, Mazé já tinha uma fabriqueta e uma produção de 350 quilos por mês, vendida para a região e o Rio de Janeiro. Querendo expandir mercado e melhorar a gestão do negócio, Mazé procurou o Sebrae Minas para se orientar sobre como organizar melhor seu empreendimento, por meio de manuais Ponto de Partida, pelos quais aprendeu a fazer seu próprio plano de negócios.

 

Ela participou também do Empretec, um seminário aplicado no Brasil pelo Sebrae, com metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU), voltado para o desenvolvimento do comportamento empreendedor. “O Sebrae Minas faz parte da  minha história. Foi a partir do Empretec que consegui entender o que é uma empresa”, diz Mazé.

 

Em 2005, com o apoio do Sebrae Minas, ela formalizou a empresa e comprou um terreno onde seria construída sua nova fábrica, a  Mazé Doces Artesanais. Pela trajetória, em 2010 a empresária foi indicada como uma das três finalistas para disputar a vaga brasileira no prêmio Empretec Women in Business Award (em português, ‘Prêmio para Mulheres de Negócios do Empretec’).

 

Colhendo frutos

 

Atualmente, a Mazé Doces Artesanais tem um mix  de 70 itens, entre compotas, doces cristalizados e em calda, feitos com abóbora, abacaxi, mamão, goiaba, laranja, pêssego, limão, figo e jabuticaba. “Fazemos parceria com os produtores rurais da região. Damos a muda das plantas e compramos as frutas. Assim garantimos matéria prima que às vezes é difícil de encontrar”, explica Mazé

 

Com 20 funcionários, a empresa chega a produzir, em média, 10 toneladas de doces pré-prontos, que ficam armazenados em câmaras de refrigeração, como estoque para o período de entressafra. Dessas 10 toneladas, de quatro a cinco são preparadas para comercialização.

 

Por mês, a empresa vende entre três e quatro toneladas. A produção é distribuída para Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Quando questionada sobre o segredo do seu sucesso, Mazé é direta. “Muito trabalho, determinação e amor pelo o que eu faço. Foi assim que com apenas um tacho e um fogão mudei minha vida”, explica a empreendedora.

 

 

 

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