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Mulheres que se destacam em ambientes masculinos

mulheresAparecida Sales Tomé, 42, que trabalha sozinha com 250 homens, afirma que quando se faz o que gosta tudo fica mais fácil. Conheça essa e outras histórias de mulheres que atuam em ambientes masculinos 

Uma recente pesquisa mostrou que vai demorar 80 anos para elas ganharem o mesmo que eles. Isso quer dizer que apenas em 2095 haverá igualdade nos salários. Mulheres famosas em suas atividades sentem essa disparidade na pele. A atriz de Hollywood, Merryl Streep, recordista de indicações ao Oscar, o prêmio máximo do cinema, ganha menos da metade do que os atores mais bem pagos.

A campeã mundial do UFC, número um do ranking mundial entre as mulheres, Ronda Rousey, recebe um terço do que um campeão de UFC masculino. Esses são apenas alguns exemplos entre tantos outros. Além dessa diferença no salário, vem acompanhado o preconceito. E quando a mulher resolve atuar no meio de vários homens, em um ambiente predominantemente masculino? É preciso ter confiança, acreditar no potencial e ser uma excelente profissional.

Confiança. Essa é a palavra que define a vigilante de carro-forte, Aparecida Sales Tomé, 42, que há 10 anos atua na Transvip Brasil, transportadora de valores e cargas especiais, segurança patrimonial e vigilância. Todos os dias, ela tem o desafio de atuar ao lado de uma equipe formada por 250 homens, e acredite, ela é a única mulher. “Amo o que faço, acho que as coisas ficam muito mais fáceis quando se faz o que gosta”, afirmou. A vigilante conta que no começo os outros homens a olhavam com desconfiança, mas com o passar do tempo ela foi conquistando o respeito de todos. “Hoje, quando estou no carro-forte todos me veem como mais um homem ali. Acredito que todo o respaldo que recebi da Transvip também facilitou as coisas”, finalizou.

Se trabalhar em um ambiente masculino já é difícil, imagina ter que comandar uma equipe totalmente formada por homens. Esse é o desafio de Gislaine Custódio, 30, gerente de projetos da Varitus Brasil, uma empresa de emissão, recuperação e armazenamento de arquivos digitais. “Desde a faculdade já aprendi a lidar profissionalmente com homens, já que o curso de TI é muito masculino”, explica. Gislaine já gerenciou projetos de equipe indisciplinada, projeto de infraestrutura de campo, onde tinha que ir à campo. “Confesso que nesses projetos a mulher tem que mostrar o seu lado masculino e deixar a delicadeza de lado”, afirma ela sorrindo. “Acho fantástico trabalhar com equipe masculina, pois nós, mulheres, acabamos percebendo alguns detalhes que para o homem passa despercebido. A percepção ou intuição da mulher é sem dúvida bem mais aguçada do que a do homem“, afirmou a profissional.

Jussara Marchi Conforto, 28, atua como analista de testes na ADTsys, uma companhia especialista em cloud computing. Apesar de ainda atuar com muitos homens, 65 no total, Jussara já observa uma mudança no ambiente de TI. “Aqui na ADTsys todos me receberam  e me tratam muito bem, me sinto muito tranquila para propor e discutir ideias de igual para igual”. Jussara conta que desde criança, essa área chamou sua atenção. “Quando tinha 15 anos, meus pais me perguntaram se eu queria uma festa de quinze anos ou um computador, preferi o computador”, disse ela. Desde então, Jussara não parou mais de estudar. E ela acredita que essa é a fórmula para se destacar e se equiparar com os homens.

Aquele papo de dizer que o sexo feminino é frágil não se justifica mais. Elas estão tomando conta de áreas estratégicas masculinas nas empresas, e se por um lado ainda vão demorar para equiparar o salário, como mostra a pesquisa acima, por outro lado, quando elas conseguirem esse feito, não perderão mais espaço.

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