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Música para educar

Já dizia Platão que “a música é um instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”. A ideia surgida na Grécia Antiga ganha consistência nos dias de hoje, em que a dinâmica das relações pessoais e do aprendizado avança numa velocidade cada vez mais espantosa.

Estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que o ensino da música melhora o desempenho acadêmico de crianças e adolescentes, além de auxiliar na leitura. A pesquisa mostrou que os alunos que tiveram aulas de música conseguiram ler, em média, 14 palavras a mais por minuto. Houve ainda aumento das notas nas disciplinas de português e matemática.

Outro levantamento, de especialistas alemães, indica que as pessoas que analisam tons musicais têm área do cérebro 25% maior em comparação a quem não desenvolve nenhum tipo de trabalho musical.

Os resultados só reforçam o que diversos educadores defendem para o universo atual das escolas: a necessidade de desenvolver a mente humana, promover o equilíbrio e o bem-estar das crianças e adolescentes e facilitar a concentração e o aprimoramento do raciocínio e de suas habilidades.

Várias experiências de incluir o contato com a música na grade curricular já têm sido feitas. É o caso, por exemplo, das escolas da rede municipal de Santo André, na região do ABC paulista.

Desde agosto de 2012, 1.400 estudantes do 2º ano do ensino fundamental (crianças com sete anos) passaram, dentro do período regular de aula, a aprender a cantar e a tocar instrumentos como violino, flauta, violoncelo e contrabaixo.

Para tanto, parte dos professores recebeu capacitação específica na área. Além disso, a Orquestra Sinfônica de Santo André e a Sinfonieta (orquestra em tamanho reduzido) promovem apresentações dentro das escolas para incentivar os alunos ao aprendizado musical.

A primeira leva de “músicos-mirins” se formou em dezembro passado, ocasião em que houve uma exibição aberta ao público. O objetivo é que o projeto “Música na Escola” beneficie todas as 25 mil crianças e adolescentes matriculados na rede de ensino municipal.

Pretendemos, com isso, estimular a sensibilidade estética e artística de nossos jovens estudantes, preparando-os para a prática vocal e instrumental. Sem dúvida, isso permitirá que eles tenham um melhor desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor, contribuindo para que se tornem cidadãos capacitados a lidar melhor com os desafios do mundo.

 

Gilmar Silvério.  O autor é professor da rede estadual de ensino e secretário de Educação de Santo André. E-mail: gsilverio@santoandre.sp.gov.br

 

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